Segunda-feira, 03 de março de 2025
Por Redação O Sul | 23 de julho de 2023
Um estudo sobre a implosão que vitimou cinco pessoas em uma cápsula submarina durante expedição turística às ruínas do Titanic no fundo do Oceano Atlântico, no dia 18 de junho, sugere que as vítimas chegaram a perceber que havia algo errado, antes de morrerem de forma instantânea. Isso porque a estrutura emititiu rangidos, estalos e alarmes significativos antes de entrar em colpso.
Além disso, sistemas de monitoramento e sensores do casco do submersível teriam acionado alarmes para indicar uma falha no veículo, denominado “Titan” e que já havia se aproximado do que sobrou do transatlântico afundado em 1912. As informações estão no site engineering.com.
Uma simulação detalhada foi feita por Ronald Wagner, doutor em Engenharia e especialista na flambagem de estruturas de paredes finas. Passo a passo e com prazos exatos, a pesquisa estabelece como teria sido o colapso:
“Foram necessários apenas 13,495 milissegundos para que os destroços do Titan se espalhassem pelo oceano. Com isso, nenhuma das vítimas sentiu dor, pois o cérebro humano precisa de 13 milissegundos para processar as informações que recebe”.
A implosão do submersível Titan matou o magnata britânico Hamish Harding, o ex-comandante da Marinha francesa Paul-Henri Nargeolet, o executivo-chefe da OceanGate Expeditions, Stockton Rush, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman. Eles teriam morrido menos de duas horas após o embarque.
Interesse
Uma animação tridimensional que mostra como o submersível Titan implodiu obteve milhões de visualizações pouco menos de duas semanas depois de ser publicada no YouTube.
A obra é do canal AiTelly, especializado em produções explicativas sobre engenharia. Além do incidente em si, o clipe de 6 minutos e 20 segundos detalha aspectos do fundo do mar, materiais usados na nave aquática e o local onde foram encontrados os destroços.
O vídeo tem narração em inglês, mas o usuário pode clicar na opção de legendas do YouTube e traduzi-las para o português. Logo no início, é explicado que uma implosão é “um processo de destruição por colapso para dentro do próprio objeto”. Ou seja, a nave aquática se contraiu.
Na profundidade onde estão os destroços do Titanic, a quase 4 mil metros do nível do mar, “há cerca de 2.540 quilos por 6,45 centímetros-quadrados de pressão”. Isso equivale a quase 400 vezes a pressão no nível do mar.
A animação atribui a implosão a essa alta pressão hidrostática ao redor da nave (segundo o narrador, a fez contrair “em uma fração de milissegundo) e à falta de resistência da fibra de carbono, um dos materiais usados na construção do Titan: “A tecnologia é baseada em aço, titânio e alumínio, o que impediu outros submarinos de serem esmagados. Mas o Titan tinha um design experimental”.
Ao New York Post, um porta-voz do canal afirmou que a animação foi criada por meio de um software de código aberto chamado “Blender”. A equipe levou 12 horas para fazer o vídeo e usou informações disponíveis no Google e no site da OceanGate. Uma primeira versão da produção foi criticada por conter erros, mas, de acordo com o porta-voz, foram feitos ajustes antes de as imagens viralizarem.
A animação da AiTelly também mostra o interior do submersível da Titan, inclusive o controle de videogame joystick que era usado para dirigi-lo. A nave tinha três telas, apenas um botão, um banheiro improvisado e uma única vista direta para o oceano.