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Comportamento Antes só… Descubra os benefícios de passar a virada de ano sozinho

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Estar acompanhado nas festas de fim de ano é um hábito desde antes do surgimento do cristianismo

Foto: Pexels
Estar acompanhado nas festas de fim de ano é um hábito desde antes do surgimento do cristianismo. (Foto: Pexels)

Optar pela própria companhia nas festas de final de ano foge à regra. Pesquisador em Comunicação Humana da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o psicólogo Cláudio Paixão explica que estar acompanhado nas festas de fim de ano é um hábito desde antes do surgimento do cristianismo e do calendário gregoriano, em 1582.

“Foram os países do Hemisfério Norte, em especial, que exportaram essa tradição, em função do inverno rigoroso. Por isso, a necessidade de compartilhar com outras pessoas o calor de festejar a chegada de um novo ciclo”, explica.

Para o psicanalista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Christian Dunker, o recolhimento é uma atitude que está em afinidade com o simbolismo de renovação do réveillon, ainda mais frente a um sofrimento contemporâneo que está ligado ao excesso de sociabilidade.

“É uma data que fala sobre perspectiva de futuro, criação de novos planos, balanços do ciclo que se encerra”, afirma. “Não vejo nada de patológico num sujeito que decide tirar esse momento para ouvir melhor as vozes internas, pensar no próprio tempo. Trata-se de uma ação de ‘basta’, ainda mais numa época de redes sociais, que podem nos deixar saturados.”

O último réveillon de Carlos Alberto Mello, de 29 anos, foi de reflexão. O escrevente carioca recusou convites para viajar com amigos e família, e decidiu passar, pela primeira vez, a virada de ano sozinho, em casa. “À meia-noite do primeiro dia de 2024, lia um livro deitado na cama, enquanto ouvia os fogos da janela. Foi ótimo, porque senti a necessidade de me reconectar comigo mesmo e projetar o que eu queria para o novo ano, no campo pessoal, acadêmico e profissional”, relembra. A ceia foi modesta: salada e costelinha com barbecue, na mesa posta para um. “Sei que é um movimento incomum, mas faria tudo novamente.”

A liberdade de escolha levou a professora carioca Renata Marques, de 53 anos, a colocar o pé na estrada na própria companhia no último réveillon. Reservou um quarto de hotel em Belo Horizonte, Minas Gerais, e aproveitou a virada do ano numa festa da cidade. “Sempre gostei de estar em grupo, nunca tinha passado o ano-novo sozinha. Adorei a experiência, e já estou com tudo acertado para repetir. É ótima a liberdade de escolher como eu quero curtir sem depender da avaliação de alguém”, diz ela, que precisou driblar o espanto de amigos sobre sua decisão. “As pessoas que me conhecem sabem o quanto gosto de viajar sozinha. Mas fazer isso nessa época gerou certo estranhamento. Parece que você é obrigado a estar acompanhado só para receber um abraço.”

O pesquisador Cláudio Paixão também rebate as críticas recebidas por quem prefere virar o ano só. Ou melhor, em solitude.

“Se é deprimente ou não, trata-se apenas de uma questão de perspectiva. Num mundo onde as redes sociais tornam a vida espetaculosa, acho interessante quem se desprende de uma prática que pode soar compulsória. Vejo como uma possibilidade de rever atitudes.”

Para a goiana Thalita Dias, de 40 anos, virar o ano de 2023 para 2024 sozinha foi uma chance de reconexão com ela mesma após um período de saúde debilitada. A gestora de projetos até pensou em ficar em casa, mas, de última hora, preferiu sair do convencional e reservou um quarto num hotel próximo de onde mora. “Estava num momento de tirar um tempo para mim, após superar uma pneumonia em setembro do ano passado. Simplesmente, não queria me preocupar com convenções e formalidades em grupo. A ideia era descansar, acordar com café da manhã e dormir numa cama legal”, recorda-se.

Após a meia-noite, saciada pelo risoto de camarão e a taça de vinho que pediu no restaurante do hotel, Thalita aproveitou o momento para escrever textos reflexivos sobre o ano que passou. “Renovar-se passa primeiro pela decisão de fazer diferente, evoluir. Uma virada de ano solitária de pessoas, mas muito presente de mim mesma.” As informações são do portal de notícias O Globo.

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