Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2018
Um ex-espião russo condenado em seu país por vazar informações confidenciais ao Reino Unido é uma das duas pessoas internadas em estado grave após terem sido expostas a uma substância não identificada em Whitshire, Sul da Inglaterra — num caso que lembra o envenenamento de um outro espião russo no país em 2006. De acordo com a rede britânica BBC, trata-se de Sergei Skripal, de 66 anos, solto em 2010 após uma negociação que trocou quatro prisioneiros mantidos pela Rússia por dez espiões russos presos pelo FBI.
No domingo, ele e uma mulher foram encontrados desacordados num banco no shopping. Por ter sido trocado por espiões russos presos pelo FBI, tinha o status legal de refugiado no Reino Unido. De acordo com a polícia de Wiltshire, não havia ferimento visível, ainda que os dois estivessem desacordados. Segundo o xerife-assistente Craig Hoden, é preciso investigar antes de classificar o episódio como um crime.
O correspondente de segurança da BBC, Gordon Corera, afirmou que funcionários do governo não comentaram o episódio, mas que a possibilidade de uma substância inexplicada estar envolvida lembra o envenenamento de Alexander Litvinenko, em 2006. Litvinenko era um ex-agente de inteligência que, segundo inquérito, provavelmente foi envenenado por ordens russas — uma acusação que o Kremlin nega. Skripal e a mulher estão na área de tratamento intensivo do hospital de Salisbury.
Rússia x Reino Unido
Um artigo publicado em 5 de março no jornal The Telegraph, citando o chefe de gabinete da Força Aérea Real britãnica, afirmou que a Rússia representa uma ameaça crescente para a segurança britânica.
Em particular, Stephen Hillier disse que a Rússia é um dos principais problemas, porque “viola as normas internacionais” e “exerce pressão” sobre os britânicos.
“É algo como se a Rússia violasse as normas do direito internacional no Iraque e na Líbia e então começasse a dizer aos britânicos sobre as consequências ameaçadoras de terem escolhido o caminho errado?”, afirma a publicação da embaixada russa no Reino Unido no Twitter.
A publicação da diplomacia russa fez referência à participação do Reino Unido em intervenções no Iraque, em 2003, quando foi alegado que o país estaria desenvolvendo armas de destruição em massa, e na Líbia, em 2011, durante a “primavera árabe”.