Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2024
O "chip da beleza" é um tipo de terapia hormonal para fins estéticos.
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência BrasilA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a manipulação, comercialização, propaganda e uso de implantes hormonais manipulados, conhecidos como “chips da beleza”.
O “chip da beleza” é um tipo de terapia hormonal para fins estéticos. O uso do dispositivo também está vinculado ao tratamento de sintomas da menstruação e menopausa. Os chips já eram proibidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) pelos riscos à saúde.
Segundo a agência, a medida preventiva foi adotada após denúncias apresentadas por entidades médicas. Diversas associações alertaram sobre a crescente utilização indevida de implantes hormonais no País. Em dezembro de 2023, sete entidades expressaram preocupação com o tema e enviaram uma carta à Anvisa pedindo providências com relação à comercialização e uso desses implantes.
De acordo com as entidades, há uma alta no atendimento de pacientes com problemas devido ao uso de implantes que misturam diversos hormônios.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Paulo Miranda, a medida é um passo importante para proteger a população dos riscos associados aos implantes hormonais.
O que são?
Os implantes hormonais são implantes de aplicação subcutânea que liberam um determinado hormônio lentamente no organismo.
Há uma diversidade de implantes disponíveis no mercado. O “chip da beleza”, em especial, é o nome dado aos implantes de gestrinona, um hormônio sintético da progesterona, que faz com que a testosterona (hormônio masculino) aumente.
Considerando a falta de evidências científicas, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) afirma que não há recomendação médica para o uso dos implantes, “seja com a finalidade de realizar a terapêutica hormonal da menopausa ou anticoncepção, por escassez de dados de segurança, especialmente de longo prazo”.