Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2024
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul já localizou ao menos 45 pessoas acolhidas em abrigos não catalogados oficialmente, residências de terceiros ou ainda em áreas inundadas. Resultado de um trabalho em parceria com a Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp), redes sociais e outras estratégias, a iniciativa tem levado alívio a familiares que procuravam ansiosamente por seus entes.
O trabalho conta, ainda, com o apoio da Polícia Civil nos Estados de Pernambuco, Sergipe e Pará, que disponibilizaram integrantes, recursos e conhecimentos capazes de proporcionar informações úteis para localização das vítimas. Esse intercâmbio acaba contribuindo para a atualização das estatísticas de desaparecidos, evitando o desperdício de esforços em operações de localização e resgate.
Chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, o delegado Fernando Sodré corrobora a relevância desse tipo de cooperação: “Não há palavras para agradecer a essa parceria, que inclui o setor privado. Em um momento tão difícil e desafiador, localizar pessoas é crucial para amenizar o sofrimento das famílias”.
A corporação reforça a necessidade de que seja feito boletim de ocorrência (de forma presencial ou pela Delegacia Online) sempre que alguém continue sem dar sinal de vida. Informações também podem ser repassadas por meio do aplicativo de mensagens whatsapp no número (51) 98444-0606.
Boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual na noite dessa sexta-feira (17) aponta que 94 gaúchos não foram mais encontrados desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul, no final de abril. A estatística também menciona 154 casos fatais. Dentre os sobreviventes, quase 83 mil pessoas foram resgatadas e mais de 618 mil ainda não voltaram para casa (78,1 mil estão em abrigos).
Confecção de RG
Também nessa sexta-feira, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) iniciou a emissão simplificada dos documentos de identidade para afetados pela enchente. O serviço será realizado inicialmente em abrigos de Porto Alegre (Centro Vida) e de Canoas (Ulbra). À medida que os atendimentos forem concluídos, outros locais serão abrangidos.
A urgência da demanda motivou o IGP a reimprimir o documento mais recente emitido pelo órgão. Servidores fazem uma entrevista com o acolhido para acessar o documento que consta no sistema – o RG fica pronto em um dia útil. Para a diretora-geral da instituição, Marguet Mittmann, trata-se de um importante passo:
“Ter a carteira de identidade devolve às pessoas afetadas a sua cidadania, pois a carteira de identidade é necessária para obter outros documentos e acessar benefícios e serviços, como atendimento médico, por exemplo. Começamos a ação nos abrigos para acolher os cidadãos sob vulnerabilidade. Na sequência, atenderemos quem não está em abrigos mas também perdeu os documentos”.
O Comitê Gestor do Plano Social de Registro Civil de Nascimento e de Documentação Básica (coordenado pelo Departamento de Justiça da Secretaria), durante o processo de estruturação do projeto piloto apoiou o IGP nessa articulação, especialmente ao realizar o contato com os abrigos e a coleta dos dados necessários para emissão dos documentos.
Por meio de um formulário, a SJCDH fará um levantamento das pessoas que não possuem documentação e informar ao IGP, para otimizar a confecção. A expectativa das secretarias é atender pelo menos dois abrigos por dia, até que toda população abrigada seja abrangida.
(Marcello Campos)
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