Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de janeiro de 2023
Foi lá nos anos 1980 que a então adolescente Eliana Michaelichen começava sua trajetória artística ao integrar o grupo musical A Patotinha e, tempos depois, o Banana Split, este aceitando convite de Gugu Liberato.
Pouco tempo depois, passou a ser apresentadora de programas infantis no SBT. E ainda na mesma emissora se mantém com seu programa aos domingos, a única mulher a comandar uma atração no fim de semana.
Seu carisma e sua performance no palco a colocam como alvo para olhares das concorrentes e, vira e mexe, surgem especulações sobre sua transferência de canal.
Comemorando 50 anos, a apresentadora paulistana, amiga de Angélica e Xuxa, respondeu a algumas perguntas. Veja a seguir:
1) Chegar aos 50 anos a faz parar para refletir sobre sua vida, sua trajetória?
Demais, demais. Encaro a chegada dos 50 anos como um momento de celebrar as várias Elianas que existem dentro de mim. A filha da dona Eva e do seu José. A mãe do Arthur e da Manu. A apresentadora veterana. A mulher de negócios? Hoje, sou uma mulher mais autoconfiante, o que não quer dizer que às vezes não me sinta insegura. Mas hoje, aos 50, me sinto livre para festejar a minha complexidade, qualidades e defeitos.
2) Como é sua vida no SBT, tem autonomia no seu programa, Silvio dá uns pitacos?
O Programa Eliana é feito por uma equipe muito aguçada e hábil, com uma história de 13 anos de sucesso. Então temos autonomia para entender as necessidades do nosso público e determinar os caminhos que seguiremos no futuro. Temos esse voto de confiança do Silvio.
3) Quem você quer muito entrevistar em seu programa e ainda não conseguiu?
Tenho uma admiração profunda pela apresentadora Oprah. Já fiz algumas boas entrevistas internacionais, mas ela seria emocionante, pessoalmente, por conta de sua trajetória e tudo o que ela representa.
4) O que a Eliana de hoje diria para a Eliana adolescente, que começou a trilhar a carreira artística?
Diria que, apesar de vozes internas falarem o contrário, ela é talentosa e competente para trilhar os caminhos que se estendem diante dela. Um pouquinho mais de confiança teria me ajudado naqueles primeiros anos, mas fico feliz com a forma como o início da minha carreira se desenrolou. Vez ou outra a síndrome de impostora quer surgir e eu a mando para longe, entendendo que já tenho o meu lugar conquistado com muito trabalho e respeito por todos que me fizeram chegar até aqui.
5) Quais momentos foram os mais marcantes da sua trajetória?
O Festolândia foi a minha estreia no comando de um programa. Tenho orgulho do que criamos lá em 1991. O Bom Dia & Cia, logo em seguida, também foi marcante para muitas pessoas, assim como os vários sucessos da carreira musical. Chegando aos anos 2000, a minha transição para o público familiar foi também um grande desafio como comunicadora na Record. Um sucesso até hoje. O retorno ao SBT, em 2009, iniciou a fase atual com o Programa Eliana, durante a qual também tive dois filhos e finalmente me sinto madura para falar sobre liberdade, sexualidade e empoderamento. Com isso, tenho estabelecido diálogos riquíssimos com o meu público atualmente.
6) Quais seus próximos projetos, o que ainda quer muito fazer, realizar?
Profissionalmente, me sinto muito realizada. O que não quer dizer que não estou aberta a novas oportunidades. O meu desejo de produzir conteúdo para a internet é grande, afinal são mais de 42 milhões de seguidores, que esperam conteúdo e informação. Além disso, adoraria participar de mais projetos no streaming, como aconteceu este ano com a Netflix num lançamento mundial, tudo isso equilibrando com o meu programa na TV aberta. Gosto de coexistir em todos esses meios, o futuro da TV está nessa liberdade de trânsito entre plataformas.
7) Em quem você se inspira para ser apresentadora de TV? Hebe Camargo representou alguém importante para a sua trajetória?
Hebe era uma mulher livre que viveu uma época cheia de tabus. Eu me inspiro muito nela desde o início da minha carreira, principalmente pela forma com que ela traduzia temas importantes, mas difíceis, para o grande público. Ela era também uma grande amiga e faz muita falta. Há outras grandes mulheres que me inspiram, como Marília Gabriela e Oprah Winfrey.
8) Você tem esse cuidado com o que faz e fala sabendo que é uma pessoa que inspira outras mulheres?
Esse cuidado vem, na verdade, desde a minha carreira com o público infantil. Eu era muito cuidadosa com a minha linguagem verbal e não verbal, porque sabia que influenciava muitas crianças Brasil afora. Hoje, falando com a família brasileira e, principalmente, com mulheres, tomo o mesmo cuidado. Tenho consciência do tamanho da plataforma em que estou. Tento transmitir mensagens que inspirem mulheres a serem mais livres, mais autoconfiantes e a cuidarem mais de si mesmas. Isso tanto no meu programa quanto nas redes sociais.