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Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2019
O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do governo federal aponta que o Rio Grande do Sul foi um dos dois Estados com volume de demissões superior ao de admissões com carteira assinada em agosto, em comparação a julho. Houve um índice negativo de 0,08% (1.988 trabalhadores), maior apenas que Sergipe (-0,22%). Já em Porto Alegre houve alta de 0,14%.
Conforme o levantamento, o cenário gaúcho chegou ao seu sexto ano consecutivo sem superávit desse tipo para o oitavo mês do ano. O resultado mais desfavorável foi constatado no segmento “indústria de transformação” (4.523 postos formais de trabalho a menos, decorrente da diferença entre 24.439 demitidos e 19.916 admitidos).
No que se refere apenas às contratações (sem levar em conta as demissões), os líderes do ranking foram os setores “Serviços” (2.766 vagas), “Comércio” (182) e “Serviços Industriais de Utilidade Pública” (71). Já os demais sofreram saldo negativo, em um déficit liderado por “Indústria de Transformação” (-4.523), “Construção Civil” (-322), “Setor Agropecuário” (-141), dentre outros.
Ainda na comparação com o mês anterior, a análise de 71 municípios gaúchos localizou os piores desempenhos nesse quesito Venâncio Aires (-8,81%), Santa Cruz do Sul (-5,05%) e Vacaria (-2,28%). Por outro lado, as admissões superaram as admissões com carteira assinada em cidades como Soledade (2,99%), Rio Pardo (1,26%) e Taquara (1,03%).
Já no tocante ao somatório de janeiro a agosto, o Estado gerou 16.095 empregos adicionais. Também foi verificada expansão entre agosto de 2018 e o mesmo mês deste ano (acumulado de 12 meses), com 15.406 postos de trabalho criados em todo o Rio Grande do Sul.
Porto Alegre
A capital gaúcha, por sua vez, encerrou agosto com a criação de 766 postos de trabalho formal, o que representa uma alta de 0,14% na comparação com julho. Trata-se, também, do melhor resultado para nesse mês do ano desde 2016, ocasião em que a diferença entre admissões e demissões foi de 784.
Desta vez, os profissionais mais requisitados foram os de segmentos como limpeza e conservação de áreas públicas (285 novas vagas), praticamente o mesmo desempenho para o serviço de faxineiro (284). No que se refere à área de atuação, a saúde proporcionou mais oportunidades: descontando-se as demissões, foram geradas 90 vagas para técnicos de enfermagem e outras 31 para enfermeiros.
Por outro lado, o mês foi de mais dificuldades para trabalhadores da construção civil: carpinteiros, serventes de obras, mestres-de-obras e eletricistas perderam, ao todo, 224 postos de trabalho em Porto Alegre no oitavo mês do ano.
Já em termos de contratações (sem levar em conta as demissões), o setor campeão em agosto foi o de serviços para edifícios e atividades paisagísticas, com 281 postos. Também se destacaram os serviços de escritório, apoio administrativo e similares (237), atividades de atenção à saúde humana (197), atividades imobiliárias (157) e seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra (145).
O titular da SMDE (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), Eduardo Cidade, argumenta que Porto Alegre está entrando em um período favorável a quem busca um emprego: “Tradicionalmente, agosto marca uma retomada na geração de postos de trabalho, sobretudo no comércio e nos serviços que começam a se preparar para as vendas de Natal”.
Ainda segundo ele, a economia tem dado sinais de reaquecimento, o que se reflete na geração de empregos: “A tendência é de que alguns setores voltem a investir mais, a exemplo do que está ocorrendo na área da saúde”.
Panorama nacional
Em todo o Brasil, agosto foi positivo, com a geração de 121.387 empregos com carteira assinada, diferença entre 1,261 milhão de demissões e 1,382 milhão de admissões. Conforme o governo federal, esse foi o melhor resultado para o período desde 2013, ano de início da série histórica do Caged.
No acumulado de janeiro a agosto, o Cadastro apontou saldo positivo de 593.467 vagas, maior que o auferido no ano passado (568.551) e o melhor para agosto desde 2014. Os destaques ficaram por conta de “Serviços”, “Comércio”, “Indústria de Transformação”, “Construção Civil”, “Aadministração Pública” e “Extração Mineral”.
Por outro lado, o setor “Agricultura” encerrou 3.341 postos de trabalho em agosto, enquanto os “Serviços Industriais de Utilidade Pública” fecharam 77 vagas.
(Marcello Campos)