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Saúde Aplicativos com inteligência artificial crescem, mas não são consenso

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Em um dos aplicativos, o usuário responde 36 perguntas, e o algoritmo cria um programa com sessões personalizadas sobre temas de saúde mental.

Foto: Reprodução
Em um dos aplicativos, o usuário responde 36 perguntas, e o algoritmo cria um programa com sessões personalizadas sobre temas de saúde mental. (Foto: Reprodução)

Você abre o aplicativo, explica como está se sentindo e um algoritmo te sugere uma sessão virtual que promete aliviar o sofrimento mental. Parece simples, e em muitos casos é. Os aplicativos de saúde mental que utilizam técnicas de inteligência artificial, que chegam até mesmo a oferecer conversas com bots – uma espécie de robô – que o paciente teria com um terapeuta de verdade, crescem no Brasil e no mundo. No entanto, a eficácia das plataformas, especialmente em casos mais graves de transtornos psicológicos, não é um consenso entre especialistas.

“A crise pandêmica teve um impacto muito profundo no mercado relacionado à saúde mental. Em virtude das próprias limitações impostas pelo distanciamento, hoje há um avanço dos serviços disponibilizados em meios digitais. Embora esse movimento já existisse antes, a pandemia foi um catalisador. É um caminho que não tem volta”, diz a pós-doutora em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e CEO da Bee Touch, startup de saúde mental, Ana Carolina Peuker.

Não à toa, são muitas as opções disponíveis hoje no mercado, como o Vitalk, o Woebot e o Cíngulo – criação brasileira com mais de três milhões de downloads que chegou a ser eleita o melhor aplicativo para o sistema Android em 2019. Com 4,9 estrelas, a página da plataforma coleciona avaliações positivas. Nele, o usuário responde 36 perguntas, e o algoritmo cria um programa com sessões personalizadas sobre temas de saúde mental, explica o psiquiatra e neurocientista Diogo Lara, CEO e fundador da Cíngulo.

“O Cíngulo tem dois pontos com inteligência artificial. Um é o algoritmo que atualiza o programa com as sessões de acordo com a evolução da pessoa, e o outro é a Cora, que é um bot. Ele conversa com a pessoa, entende o que ela está sentindo e oferece conteúdos de acordo com as necessidades dela”, diz.

De um lado, há uma série de atrativos nessa “terapia do futuro”, como a disponibilidade a qualquer hora do dia e em qualquer lugar, o que supera obstáculos como uma possível falta de profissionais na região em que a pessoa vive. Além disso, há o custo mais baixo envolvido. Enquanto apenas uma sessão de terapia em um consultório particular custa em média entre 100 a 150 reais, segundo tabela do Conselho Federal de Psicologia (CFP), o plano anual do Cíngulo pode ser assinado por 300 reais.

Limitações

Mesmo nas situações menos graves, não são todos que acreditam que os aplicativos sejam uma opção de tratamento viável. Para o doutor em psicologia clínica pela Universidade de São Paulo (USP), João Felipe Domiciano, pesquisador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise (Latesfip-USP), eles podem ser uma solução paliativa, como uma espécie de primeiros socorros, porém em nenhum ponto substituem o profissional.

Base científica

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é líder em pessoas que sofrem com transtorno de ansiedade, um total de aproximadamente 19 milhões de brasileiros. Em relação à depressão, de acordo com o levantamento Vigitel, do Ministério da Saúde, cerca de 11% da população tem um diagnóstico – por volta de 20 milhões de pessoas.

No entanto, muitos dos aplicativos que miram esse amplo público não têm um embasamento científico por trás da proposta, o que deve ser um ponto de alerta para o usuário que deseja recorrer a uma terapia digital.

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https://www.osul.com.br/aplicativos-com-inteligencia-artificial-crescem-mas-nao-sao-consenso/ Aplicativos com inteligência artificial crescem, mas não são consenso 2023-01-09
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