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Apoiadores de Maduro entram na sede do Parlamento venezuelano; há feridos

Grupo teria invadido o local pelo jardim e detonado foguetes. (Fotos: AFP)

Um grupo de apoiadores do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, entrou nesta quarta-feira (5) na sede do Parlamento, que é controlado pela oposição. Deputados e jornalistas ficaram feridos na ação, de acordo com a Reuters.

Os deputados realizavam uma sessão especial por conta do dia da independência quando dezenas de pessoas, algumas encapuzadas e armadas com pedaços de madeira, invadiram o Palácio Legislativo pelos jardins, detonando fogos de artifício. Houve pânico no local, de acordo com a agência France Presse.

A cerimônia, que não estava prevista na agenda do Legislativo, foi liderada pelo vice-presidente Tareck El Aissami, que chegou acompanhado do ministro da Defesa e chefe da Força Armada, Vladimir Padrino López, assim como de membros do gabinete e de partidários chavistas.

El Aissami fez um discurso de cerca de 15 minutos, no qual acusou a oposição de “sequestrar” o Poder Legislativo. Os adversários de Maduro dominam a Casa, com folga, desde sua esmagadora vitória nas urnas em dezembro de 2015.

“Estamos precisamente nas instalações de um poder do Estado que foi sequestrado pela mesma oligarquia que traiu Bolívar e sua causa”, disse o vice-presidente, deflagrando aplausos dos convidados.

Feridos

O deputado Américo de Grazzia foi retirado ferido da Assembleia Nacional, segundo a NTN24. O parlamentar Armando Armas também ficou ferido no incidente. “Por mais que nos agridam, não vamos abandonar essa luta”, afirmou Armas em sua conta no Twitter.

A crise política venezuelana se encontra em uma fase de alta tensão por protestos da oposição que deixaram 91 mortos em três meses e pela convocação de uma Assembleia Constituinte, por parte do presidente Nicolás Maduro.

Crise na Venezuela

A crise política venezuelana se encontra em uma fase de alta tensão por protestos da oposição que deixaram 91 mortos em três meses e pela convocação de uma Assembleia Constituinte, por parte do presidente Nicolás Maduro.

O vice El Aissami advertiu que Maduro não se renderá, nem cederá em seu propósito de levar a Constituinte adiante, segundo a France Presse.

“Aqui está um presidente digno que nunca se renderá, nem permitirá que a Venezuela seja colônia de qualquer potência estrangeira”, declarou.

Piloto de helicóptero reaparece e pede mais protestos

O piloto de helicóptero procurado por “terrorismo” após atacar o Supremo da Venezuela reapareceu na noite desta terça-feira (4) em um vídeo nas redes sociais, no qual pede aos venezuelanos que permaneçam “firmes nas ruas” contra o presidente Nicolás Maduro.

“Tomemos consciência. O momento é agora, não amanhã. O momento do despertar é este (…). Permaneçamos firmes nas ruas”, disse Oscar Pérez, policial e ator amador de 36 anos, com uma bandeira venezuelana sobre as costas.

Em 27 de junho passado, Pérez e outros homens não identificados sobrevoaram Caracas em um helicóptero da polícia científica, lançando quatro granadas contra o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e atirando contra a sede do Ministério de Interior e Justiça.

“As manobras foram realizadas com perfeição (…). Só causamos danos às estruturas do ministério do Interior e Justiça e do Tribunal Supremo. Não houve dano colateral porque isto foi planejado, porque não somos assassinos (…) como você, senhor Maduro”, disse Pérez apontando para a câmera.

Pérez, que disse estar de volta a Caracas, afirmou que seu grupo se unirá às manifestações contra Maduro. “Sairemos às ruas e estaremos com vocês. Não estão sós”.

A oposição não se posicionou sobre o ataque com o helicóptero, e não descarta que tenha sido uma armação do governo.

Nesta terça, um jovem de 25 anos morreu durante os protestos contra Maduro, que já provocaram 91 mortes em três meses.

A Procuradoria confirmou a morte de Engelbert Duque, de 25 anos, em uma manifestação na localidade de Táriba, no estado de Táchira, em circunstâncias que estão sendo investigadas.

Dirigentes opositores denunciaram que grupos armados ligados ao governo bateram e atiraram nos manifestantes em distintas áreas do centro e oeste de Caracas.  (AG)

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