Após 27 anos, Ana Maria Braga explica como surgiu a criação do Louro José
Fabiane Maurício Cunha
Sabia que Ana Maria Bragainventou o Louro José como uma estratégia de comunicação com as crianças? A apresentadora relembrou a criação do fantoche que ganhou vida em 1997 com a ajuda do assistente de estúdio Tom Veiga, que interpretou o personagem até sua morte, em 2020.
Ao revisitar a história de sua carreira na televisão, Ana Maria contou que o papagaio falante surgiu da necessidade de prender a audiência dos espectadores do programa infantil que antecedia a exibição do Note e Anote, apresentado por ela na Record TV.
“Percebi que tinha uma audiência ali naquele momento que começava a dar um no infantil. Se eu não tivesse alguma coisa que atraísse a molecada, eu estava frita”, iniciou a apresentadora em entrevista ao podcast Podpah.
“Falei que se eu arrumar alguma coisa que permita que a mulher que está passando pela frente da televisão, falando: ‘Vambora! Sai da frente da televisão’…Aí olha uma loira, louca falando e gostasse…A criança precisava continuar me assistindo”, completou.
Ana Maria Braga relembra como criou Louro José (Foto: Reprodução/Youtube/Divulgação/Globo)
Ana Maria colocou a ideia em prática pautada em um animal que falasse. “Aí o que eu fiz? Inventei o Louro. Tinha que ter uma saída para aquilo ali. Quando você tem um problema, você tem que arrumar uma solução. Tinha um monte de moleque na frente, criançada, vou buscar…Mas que bicho fala? Papagaio só tinha o Zé Carioca. Precisava arrumar um jeito de ter um papagaio”, detalhou.
A apresentadora do “Mais Você”, da TV Globo, ainda relembrou da dificuldade do início do Louro José, quando precisou convencer Tom Veiga a assumir a interpretação do fantoche, onde ficou até a transição para a Globo. Atualmente, ela conta com a variação do personagem original, chamado Louro Mané, após o falecimento do intérprete original.
“Desenhei um esboço da cara que eu achava que podia ser um papagaio, que virasse um fantoche aí começou a história. Mandei fazer o boneco, não tinha ninguém que fizesse, não achava a pessoa”, relatou.
“Era uma coisa toda estrambelhada. O primeiro Louro era uma coisa desforme. A ideia era essa, mas precisava de alguém para fazer […] Era engraçado, porque era um bicho e começou a melhorar”, disse Ana Maria.
Com muito sucesso, a apresentadora disse que chegou a fazer seis horas de programa antes de ir para a Globo por conta da quantidade de propagandas, que atingiu 23 merchans. De acordo com o contrato, quanto mais comerciais, mais tempo de atração precisava ter. No meio da correria publicitária, ela acionava Tom Veiga, que ajudava a colocar os produtos no estúdio, para viver o Louro José.
“O Tom disse que não ia fazer, porque tinha vergonha e eu falei: ‘Ninguém te vê’ e ele falou: ‘Eu sei, porque sou eu’. A voz veio nascendo, porque a gente não tinha voz. Nós dois fomos montando, eu me dava muito bem com ele, era um cara extraordinário, ele montou a personalidade do Louro”, explicou. “Nessa época, ele [Tom Veiga] continuou assistente de estúdio e eu falava que ia falar com o papagaio e ele saia correndo, largava tudo e vinha correndo, enfiava a mão no bicho”.
Ana Maria Braga e Tom Veiga (Foto: Reprodução/Instagram)