Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de março de 2021
Em uma cerimônia na qual ele e as demais autoridades usavam máscara, o presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira (10) a lei que facilita a compra de vacinas contra a covid-19. Geralmente, nas aparições públicas, Bolsonaro não usa máscara — nem os ministros e assessores.
De acordo com levantamento do portal de notícias G1 no site de fotos da Presidência, a última vez em que Bolsonaro usou máscara em um evento oficial foi em 3 de fevereiro, na sessão solene de abertura do ano legislativo do Congresso.
Desde então, houve 36 eventos oficiais em Brasília e outras cidades — entre os quais solenidades, audiências, encontros com embaixadores e formaturas — com a participação do presidente. Em todos, ele estava sem máscara, à exceção da cerimônia desta quarta.
Bolsonaro costuma questionar o uso de máscaras. Ao contrário do que afirmam médicos, cientistas e pesquisadores, diz que não há comprovação da eficiência da máscara como proteção contra a covid. “Eficácia dessa máscara é quase nenhuma”, disse em agosto.
No último dia 25, usou uma enquete alemã distorcida para criticar o uso de máscaras. Em julho, ele vetou parte de uma lei que determina o seu uso em locais públicos — vetou a obrigação de uso no comércio e em escolas, igrejas e templos.
Ao ser anunciada na noite de terça (9), a agenda oficial do presidente não previa o evento para sanção das leis relacionadas à vacinação. A cerimônia foi convocada na manhã desta quarta e realizada cerca de quatro horas depois do pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no qual todos usavam máscaras.
Discurso
Ao discursar, Bolsonaro tirou a máscara. Ele minimizou a importância do isolamento social, recomendado por médicos e cientistas como medida profilática contra a covid.
“A politica do lockdown adotada no passado, o isolamento ou confinamento, visava tão somente dar tempo para que hospitais fossem aparelhados com leitos de UTI [unidades de terapia intensiva] e respiradores. O governo federal não poupou esforços, não economizou recursos para atender todos Estados e municípios”, afirmou.
No discurso, Bolsonaro listou atos assinados para viabilizar a vacinação e disse que o País adquiriu mais de 270 milhões de doses de vacinas, a maioria para o primeiro semestre deste ano.
O presidente reforçou a necessidade de procurar atendimento médico nos primeiros sintomas e voltou a defender o que chamou de “tratamento imediato”, como o uso de medicamentos sem eficiência comprovada por entidades médicas contra o coronavírus.