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Por Redação O Sul | 11 de julho de 2017
Após quatro horas sem energia para luzes do plenário do Senado, o sistema elétrico foi restabelecido. Os senadores retomaram seus lugares. Mas as senadoras de oposição continuavam tomando as cadeiras da mesa do plenário. O grupo, liderado por Fátima Bezerra (PT-RN), ocupou a mesa diretora do plenário, impedindo que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), ocupasse a cadeira destinada à presidência e, assim, dar início a votação do texto da reforma trabalhista. Fátima, acompanhada das senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), se recusou a levantar da cadeira.
Eunício argumentou que a oposição quebrou um acordo. “Podíamos ter votado essa matéria terça passada. Permiti quarta e quinta-feira microfone aberto para todos se manifestarem. Não fiz para a oposição fazer sua fala. O entendimento foi quebrado hoje”, disse, em referência às sessões que foram realizadas na última semana para discussão da matéria.
Conselho de Ética
O senador José Medeiros (PSD-MT) protocolou nessa terça-feira uma representação no Conselho de Ética contra as senadoras da oposição que ocuparam a mesa ao longo do dia. Ele alega que houve de decoro parlamentar pelo ato.
Gleisi, que é presidente nacional do PT e uma das senadoras alvo do requerimento, protestou. “Não sei se esse Congresso Nacional teria muitas condições de colocar cinco senadoras que estão resistindo em nome do povo trabalhador no conselho de ética e fazer um processo depois do que aconteceu aqui recentemente com um senador”, disse Gleisi, em referência indireta ao caso de Aécio Neves (PSDB-MG). Alvo de uma denúncia no STF (Supremo Tribunal Federal), Aécio passou 46 dias afastado do Senado por decisão da Justiça, e teve um pedido de cassação rejeitado pelo Conselho de Ética na semana passada.
Base
Na base governista, o resultado foi dentro do esperado. Parlamentares indecisos, como Lasier Martins (PSD-RS), votaram a favor do texto. Outros senadores que sinalizaram que não poderiam comparecer, como Magno Malta (PR-ES), fizeram questão de se manifestar a favor do governo e ainda criticaram a atitude das senadores de ocuparem a mesa.
No PSDB, que dá sinais de que pode desembarcar do governo, o resultado também foi dentro do previsto. Todos os parlamentares votaram a favor do projeto, tirando o senador Eduardo Amorim (PSDB-ES), que já havia votado contra a proposta na Comissão de Assuntos Sociais e avisou que votaria contra a reforma desde o início da tramitação. Ao longo da tarde, com a ocupação da mesa diretora, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que é a favor do desembarque do governo chegou a colher assinaturas de parlamentares para tentar modificar o local da votação e garantir a aprovação da reforma.