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Após acidente no banheiro do Palácio do Alvorada, médicos liberam Lula para fazer viagens curtas de avião

De lá para cá, foram 52 dias até que Lula tivesse de ser submetido à cirurgia para a drenagem do hematoma. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi liberado por sua equipe médica para realizar pequenas viagens. Lula estava impedido de fazê-las devido a um acidente doméstico que sofreu no Palácio da Alvorada – residência oficial do presidente da República -, há duas semanas. O petista caiu no banheiro do Palácio do Alvorada em 19 de outubro, batendo a parte de trás da cabeça. Devido ao acidente, Lula teve um pequeno sangramento na região e precisou levar cinco pontos.

Boletim médico divulgado na manhã desse domingo (3), após Lula passar por exames em Brasília, apontou que o presidente “permanece sem sintomas” e que os exames de imagem que realizou apresentam “estabilidade em relação aos anteriores”. Lula foi autorizado pelos médicos a manter suas atividades habituais em Brasília e deve retornar ao Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, daqui a uma semana para novos exames.

Orientado por sua equipe médica — liderada por Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio —, Lula não fez voos desde então, o que levou a cancelamentos de compromissos, especialmente no exterior. Desde então, Lula deixou de ir para a Cúpula dos Brics, na Rússia, e à Conferência das Nações Unidas sobre a Biodiversidade, na Colômbia (COP16).

Lula também cancelou a participação que faria na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, no Azerbaijão (COP29), entre 10 e 12 de novembro.

O compromisso no Azerbaijão segue fora dos planos presidenciais, e Lula também não deve ir ao Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no Peru, previsto para meados deste mês. O presidente, porém, deve se fazer presente na Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, entre 18 e 19 de novembro.

Haddad

A equipe econômica ainda aguarda o aval do presidente Lula para fazer um anúncio de medidas de corte de gastos para reequilibrar as contas públicas e evitar que o arcabouço fiscal entre em colapso nos próximos anos. Na tarde dessa segunda-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu novamente com Lula para discutir as propostas. Segundo Haddad, o governo está na “reta final” de ajustes e o anúncio deve sair ainda nesta semana.

A principal ideia do pacote é fazer com que as despesas do Orçamento cresçam no máximo 2,5% ao ano acima da inflação, que é o limite de aumento global dos gastos sujeitos ao arcabouço. Assim, todos estariam “andando na mesma velocidade” – o que evitaria que algumas despesas obrigatórias consumam o espaço destinado a outras, como investimentos e custeio, podendo levar a um “apagão” da máquina pública.

Por isso, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) deve ser elaborada, o que aumenta a cautela com a redação do texto por parte da equipe econômica.

“A dinâmica das despesas obrigatórias tem que caber dentro do arcabouço. Então, a ideia é fazer com que as partes não comprometam o todo e o arcadouço tenha sustentabilidade de médio e longo prazos, que é hoje a dúvida que provoca as incertezas no mercado. Ah, o que vai acontecer se as despesas obrigatórias continuarem crescendo nesse ritmo? Então, é uma fórmula que permite que esse encaixe aconteça”, afirmou Haddad a jornalistas na última semana.

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