Sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2024
Darci Alves Pereira, assassino confesso do ambientalista Chico Mendes, foi destituído do cargo de presidente do Partido Liberal (PL) em Medicilândia, município do interior do Pará. Em nota, o deputado federal delegado Éder Mauro (PL-PA), presidente do PL do Pará, confirmou o afastamento. Atualmente, o criminoso se apresenta como “Pastor Daniel”.
“O PL Pará destituiu Darci Alves da presidência do PL de Medicilândia, conforme recomendação do Presidente Nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Valdilene Lambert, vereadora e pré-candidata à prefeitura, é quem deve assumir a presidência do partido no município”, relatou o deputado.
No X (ex-Twitter), o Costa Neto afirmou que não sabia que Darci Alves Pereira havia assumido o cargo em Medicilândia. “Agradeço à imprensa por trazer ao meu conhecimento esse importante fato”, escreveu.
De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral, Pereira foi indicado para assumir o diretório do PL de Medicilândia em evento da Câmara de Vereadores em novembro do ano passado. Ele assumiu o cargo no dia 26 de janeiro. Nas redes sociais, onde se apresenta como “Pastor Daniel”, ele se anuncia como pré-candidato a vereador.
O presidente do PL destacou em nota que não sabia que Pereira, conhecido como “Pastor Daniel”, era a mesma pessoa condenada pelo assassinato ocorrido em dezembro de 1988.
“Gostaria de esclarecer que não tinha conhecimento de que Darci Alves Pereira, que assumiu recentemente a presidência do PL de Medicilândia, no interior do Pará, é o mesmo indivíduo acusado do assassinato do ambientalista Chico Mendes. Agradeço à imprensa por trazer ao nosso conhecimento esse importante fato. Diante dessas circunstâncias, recomendei ao presidente do PL estadual do Pará, deputado Éder Mauro, a imediata destituição de Darci Alves Pereira do cargo, conhecido atualmente como Pastor Daniel”, afirmou Valdemar.
Chico Mendes tinha 44 anos quando foi assassinado com um tiro no peito no quintal de casa, em Xapuri, no Acre. A confissão de Pereira veio dois anos depois do crime, em 1990. Ele e o pai, Darly Alves da Silva, foram condenados a 19 anos de prisão.
Mendes foi um seringueiro, sindicalista, ativista político brasileiro. Lutou a favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, cuja subsistência dependia da preservação da floresta e das seringueiras nativas. Seu ativismo lhe trouxe reconhecimento internacional, ao mesmo tempo em que provocou a ira dos grandes fazendeiros locais que o assassinaram. Sua morte foi noticiada internacionalmente e provocou indignação no Brasil e exterior.
Entre 1987 e 1988, Chico Mendes foi premiado por seu ativismo, recebendo o Global 500 da Organização das Nações Unidas (ONU), na Inglaterra, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos. Após a sua morte, prêmios, parques, institutos e memoriais foram criados para divulgar seu legado e homenagear o líder seringueiro, cujo legado tem influenciando uma geração de conservacionistas e legisladores em todo o mundo.