Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2020
Após enfrentar demora na apuração dos votos no primeiro turno do pleito municipal do dia 15 de novembro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) providenciou nos últimos dias uma série de testes adicionais em seu supercomputador.
O objetivo é evitar que a lentidão se repita neste domingo (29), quando 57 cidades brasileiras voltam às urnas para decidir quem será o prefeito pelos próximos quatro anos.
A expectativa é de que, desta vez, os primeiros resultados sejam conhecidos em até uma hora após o fim da votação, realizada das 7h às 17h. Já a conclusão da apuração e totalização será divulgada oficialmente até a meia-noite.
Técnicos da Corte também adotaram procedimentos-extras para reforçar a segurança do sistema e deixá-lo ainda mais protegido contra tentativas de ataque por hackers, a exemplo do que aconteceu há dois domingos, quando também houve a escolha para vereador. Por questões de segurança, as medidas não foram detalhadas.
Percalços no primeiro turno
De acordo com os técnicos do TSE, no entanto, o atraso na contagem dos votos do primeiro turno não impediu que a totalização ficasse dentro do prazo previsto inicialmente. “Às 23h50min do mesmo dia, 99% dos votos já estavam devidamente somados”, ressalta um dos integrantes da equipe.
Os problemas começaram pela manhã, quando vários eleitores relataram dificuldade para justificar a ausência do domicílio eleitoral pelo aplicativo e-Título. Depois vieram as notícias dos ataques cibernéticos e, por volta das 18h, mais um problema: a página que divulga os resultados saiu do ar e, mesmo depois de voltar, demorou para ser atualizada.
Houve uma tentativa de derrubada do site, sem sucesso. Além disso, um ataque anterior levou ao vazamento na internet de dados de servidores. Inicialmente se supunha que as informações roubadas eram antigas, do período que vai de 2001 a 2010, mas depois se descobriu que havia também dados de 2020. O TSE, porém, diz que não há relação entre a lentidão na apuração e os ataques.
Conforme o Tribunal, a causa na demora na apuração foi outra: não houve tempo para treinar a inteligência artificial do computador que faz a soma do votos. O equipamento foi adquirido em março, mas entregue apenas em agosto devido à pandemia de coronavírus. No dia da eleição, a máquina ainda estava “aprendendo” a processar os dados.
Como a apuração do primeiro turno já serviu, na prática, como um teste para o computador, a expectativa é que não venham a ocorrer problemas no segundo turno, até porque o volume de votos a ser contado é bem menor.
No primeiro turno, foi necessário tabular os votos dados a todos os candidatos a prefeito e vereador em mais de 5 mil municípios brasileiros. Para o segundo turno, são 114 candidatos a prefeito disputando o comando de 57 cidades com mais de 200 mil eleitores.
Na origem do problema também está uma mudança na forma de contar os votos. Até 2018, cada um dos 27 TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) instalados nos estados fazia isso. Essa tarefa acabou centralizada no TSE neste ano, por questões de segurança. O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, garante que tudo não passou de uma medida de precaução: antes, cada TRE representava um potencial alvo de ataque e agora há apenas um: o próprio Tribunal Superior Eleitoral.
(Marcello Campos)