Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2024
O general da reserva é um dos indiciados no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado.
Foto: Marcos Corrêa/PRApós audiência de custódia conduzida por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, a prisão preventiva do general da reserva Walter Souza Braga Netto foi mantida neste sábado (14) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, Braga Netto foi preso neste sábado (14) em desdobramento do inquérito que apura uma trama golpista no final de 2022. Com a decisão, Braga Netto deverá seguir detido na Vila Militar, do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro. Prisões preventivas não têm prazo para acabar.
O general da reserva é um dos indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no final de 2022, a fim de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao pedir a prisão preventiva, a PF argumentou, entre outras coisas, que o ex-ministro de Bolsonaro atuou para atrapalhar as investigações. E que a sua liberdade representaria um risco à ordem pública devido à possibilidade de voltar a cometer ações ilícitas.
Em um comunicado à imprensa, a defesa do ex-ministro afirmou que vai comprovar que Braga Netto não atrapalhou as investigações da PF. No mês passado, depois de ser indiciado, o general afirmou que “nunca se tratou de golpe”.
Os investigadores apontaram “fortes e robustos elementos de prova” de tentativas de Braga Netto em pressionar membros das Forças Armadas a aderir na trama golpista.
Também afirmam que houve ações do general da reserva para obter informações sobre a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A Polícia Federal também destacou que o candidato a vice de Bolsonaro:
– teve participação relevante nos atos criminosos. Nas palavras de um investigador, era “a cabeça, o mentor do golpe, mas sob comando de Bolsonaro”;
– coordenou ações ilícitas executadas por militares com formação em Forças Especiais (os chamados “kids pretos”);
– entregou dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as operações;
– tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
– tentou controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados;
– teve ação efetiva na coordenação das ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro Alexandre de
Walter Souza Braga Netto foi preso na manhã deste sábado, em seu apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. De acordo com testemunhas, o carro da PF chegou pouco depois das 6h. Os agentes da Polícia Federal deixaram o prédio da residência do militar da reserva por volta das 7h. Documentos e o celular do ex-ministro da Defesa e da Casa Civil foram apreendidos. Braga Netto foi levado para a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, e depois para a Vila Militar, na Zona Oeste da cidade. A previsão é que ele passe por uma audiência de custódia durante a tarde.