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Política Após ordens de busca contra a deputada federal Carla Zambelli, advogados mandam Bolsonaro sair de cena

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A parlamentar foi diagnosticada com diverticulite aguda. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Assim que surgiram as primeiras informações a respeito da operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvos a deputada federal Carla Zambelli e o Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, os advogados de Jair Bolsonaro enviaram uma ordem unida ao ex-presidente e a Valdemar Costa Neto, presidente do partido: submergir. Na avaliação dos times jurídicos que assessoram o presidente, a operação da última semana é potencialmente mais perigosa do que as anteriores envolvendo Bolsonaro, por dois fatores.

O primeiro é que ninguém sabe exatamente o que Zambelli escreveu em mensagens ou disse a Delgatti Neto a respeito de Bolsonaro, do governo e da campanha eleitoral – e ainda, o que ela pode ter feito que poderia levar à sua cassação.

O segundo fator de risco é o próprio hacker, que está negociando com a PF uma delação premiada que teria como principal atrativo aos investigadores a possibilidade de comprometer em definitivo o ex-presidente com a trama golpista na eleição de 2022.

Enquanto não se puder avaliar o tamanho do estrago que a operação puder causar, a orientação é para que nem Valdemar nem Bolsonaro deem nenhuma declaração e nem participem de eventos públicos. Além disso, a defesa do ex-presidente já decidiu que não vai deixá-lo depor antes que venha a público a versão definitiva de Delgatti Neto a respeito do episódio.

Bolsonaro, aliás, só vai se reunir com seus advogados na semana que vem. Nos bastidores, ele vem dizendo a aliados que não pediu nada ao hacker além de informações e que não fala com Zambelli há meses.

Já a deputada enviou recados nos últimos dias à cúpula do PL de que “não fez nada de errado” e que não teme que surja nenhuma nova prova contra ela ou contra Bolsonaro.

Zambelli já dava como certo há meses uma operação da Polícia Federal contra ela, desde que veio à tona o seu papel na articulação de um encontro do hacker com Bolsonaro no Palácio da Alvorada para armar um plano contra Alexandre de Moraes.

Com o fim do governo Bolsonaro e o fracasso dos atos golpistas de 8 de janeiro, aliados do ex-presidente passaram a se sentir mais vulneráveis a investigações de Moraes, o que ajuda a explicar por que os agentes da PF encontraram o gabinete de Zambelli “limpo”, sem computador de uso da parlamentar, conforme informou o blog da jornalista Andréia Sadi, no G1.

“O Daniel Silveira foi preso só por xingar e ofender o Moraes. A prisão dela é só uma questão de tempo”, afirma um interlocutor de Bolsonaro.

Por via das dúvidas, a cúpula do PL não pretende apoiar Zambelli por enquanto. Apesar de o aviso de que ela daria uma entrevista coletiva na quarta-feira ter sido divulgado em duas listas de WhatsApp, da oposição e do próprio PL, logo após a operação, apenas sete colegas de bancada apareceram para apoiá-la publicamente.

A deputada demonstrou ter sentido o isolamento. Integrantes do PL que a acompanham no dia-a-dia se surpreenderam com o abatimento da bolsonarista.

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