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Após chegada de sua equipe de segurança aos Estados Unidos, Bolsonaro deve deixar o Brasil nesta quinta

Bolsonaro deve passar a virada do ano em Orlando, no Estado da Flórida. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve deixar o Brasil nesta quinta-feira (29) rumo a Orlando, nos Estados Unidos, onde passará a virada do ano, sem participar da cerimônia de posse do presidente eleito e já diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O escalão avançado com a equipe que prepara a chegada de Bolsonaro pousou nessa quarta (28), no Aeroporto Internacional de Orlando, um indicativo claro de que a viagem agendada na semana passada está prestes a ocorrer.

Segundo funcionários do Palácio do Planalto, a equipe precursora costuma chegar ao menos 24 horas antes do presidente em viagens internacionais, a tempo de organizar o esquema de segurança.

O VC-2, um avião Embraer E-190 do Grupo de Transporte Especial da Força Aérea Brasileira (FAB), destinado a deslocamentos presidenciais, aterrissou por volta das 9h30 em Orlando, depois de uma parada técnica em Boa Vista (RR), com assessores e seguranças de Bolsonaro. Eles saíram de Brasília por volta da meia-noite dessa quarta.

No mesmo dia, Bolsonaro convocou seus assessores mais próximos para uma reunião de despedida no Palácio da Alvorada. Foram chamados todos os integrantes das equipes ligadas diretamente a seu gabinete no 3º andar do Palácio do Planalto.

Bolsonaro não avisou nem sequer ao vice-presidente, Hamilton Mourão, da viagem, tampouco que não passaria a faixa a Lula. Assim que o chefe do Executivo deixar o espaço aéreo brasileiro, nas asas do Airbus presidencial, o VC-1 da FAB, Mourão passa a ser automaticamente o presidente em exercício, sem que tenha havido um único telefonema entre eles. Há dúvidas se ele poderá voltar em jato da FAB.

O vice também já disse que não deseja passar a faixa e que sua função se encerra em 31 de dezembro. Senador eleito pelo Rio Grande do Sul, ele deseja ser uma espécie de líder da direita na oposição a Lula no Congresso.

Bolsonaro foi aconselhado a evitar declarações públicas para que não seja envolvido em processos judiciais contra mobilizações e atos antidemocráticos de seus apoiadores, que pedem um golpe de Estado.

Crime

A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que encerrou as investigações do inquérito aberto para apurar a conduta de Bolsonaro ao associar, falsamente, as vacinas contra a covid a um risco maior de contrair o vírus da Aids.

O inquérito já havia concluído que Bolsonaro cometeu incitação ao crime ao divulgar essas informações falsas – e, com isso, desestimular o uso de máscaras e a vacinação contra a doença no País.

A relação que o presidente fez não corresponde à verdade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outras autoridades de saúde já esclareceram que as vacinas não trazem doenças. Pelo contrário, evitam contaminação.

Na mesma transmissão pela internet, Bolsonaro divulgou outra mentira: a de que pessoas teriam morrido de pneumonia, durante a epidemia de gripe espanhola na Europa, por terem usado máscaras. Não há dados históricos que comprovem essa afirmação. Agora, com a conclusão das investigações, o material será remetido ao STF.

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