Após cinco meses pleiteando na Justiça o direito de receber pelo Estado o canabidiol, um medicamento à base de maconha, o menino Antônio Davi Manasfi, 3 anos, finalmente teve acesso ao remédio. O tratamento com o canabidiol é a esperança dos pais de Davi para que ele possa enfrentar a Síndrome de West, um tipo raro de epilepsia que causa crises refratárias ao portador. No caso do garoto, são cerca de 30 convulsões por dia.
A luta da família para garantir o acesso ao medicamento, que não é produzido no Brasil, começou em janeiro de 2015, quando os pais do garoto ingressaram com uma ação na Justiça do Acre e conseguiram uma liminar para obrigar o Estado a fornecer o medicamento através do SUS (Sistema Único de Saúde). No entanto, mesmo após o final do prazo determinado pelo Judiciário, no dia 9 de abril, a Secretaria de Saúde ainda não havia feito a aquisição.
A espera pelo remédio trouxe muita aflição aos pais do garoto, que sofre com a Síndrome de West desde os nove meses de idade. Segundo a mãe de Davi, a dona de casa Jamara Rodrigues da Silva, de 26 anos, a doença apareceu depois que ele teve uma sucessão de febres que culminou em uma parada respiratória, durante uma das vezes em que ficou internado. O garoto chegou a ser submetido a outros tratamentos, mas nenhum foi bem-sucedido.
Para a mãe de Davi, a dona de casa Jamara Rodrigues da Silva, de 26 anos, a entrega do canabidiol renovou a expectativa dos pais para que Davi, que não fala, não anda só se alimenta através de uma sonda na barriga, possa ter uma vida mais confortável. “A esperança que temos é grande e o resto é esperar por um bom resultado”, diz.
No entanto, segundo Jamara, a batalha para garantir o fornecimento contínuo do remédio ainda está longe de acabar. “Quando meu marido foi receber o remédio foi informado que seria entregue apenas uma ampola, como constava na receita”, explica.
A mãe diz que aguarda uma nova visita do médico que receitou o remédio ao Acre, para pedir uma nova receita que garanta a continuidade do tratamento. “Fomos informados que ele deve estar no Hospital das Clínicas, em Rio Branco, entre os dias 10 e 13 de junho e mesmo sem consulta marcada nós vamos atrás dele”, afirma.
O remédio tem sido administrado a cada 12 horas e, segundo a mãe, já é possível perceber uma melhora significativa no quadro da criança. “Ele já melhorou um pouco, mas precisamos de mais tempo para poder avaliar os efeitos. Afinal de contas é um tratamento”, diz.
Jamara enfatiza ainda que embora Davi ainda tenha muitas convulsões, elas têm ocorrido com menor intensidade. (AG)