Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2020
Nos últimos meses, Salles (foto) já teve atribuições esvaziadas desde que o vice-presidente Hamilton Mourão, passou a comandar o Conselho da Amazônia
Foto: José Cruz/Agência BrasilDepois da pressão externa pela mudança no comando do ministério do Meio Ambiente, agora, cresceu dentro do próprio governo a avaliação de que a permanência do ministro Ricardo Salles ficou insustentável.
Colegas do próprio ministro reconhecem que ele tem recebido apoio do próprio presidente Jair Bolsonaro ao longo desses 18 meses de governo para flexibilizar a agenda ambiental.
Porém, na avaliação desses colegas de Salles, diante da cobrança internacional pela mudança de atitude do governo quanto à preservação da Amazônia, será preciso um gesto concreto.
Por isso, avaliam, Salles ficou inviabilizado, principalmente após ter declarado na reunião ministerial de 22 de abril que a pandemia do coronavírus era o momento de passar uma “boiada” no regramento ambiental.
Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) pediu o afastamento de Salles do cargo por improbidade administrativa. Questionado recentemente pelo blog se deixaria o governo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, respondeu que segue “na labuta”.
“Aqui é puxado mesmo, mas seguimos na labuta”, afirmou na ocasião. Salles sinalizou ter o apoio de Bolsonaro para permanecer no cargo. “O presidente nem cogita isso aí”, enfatizou o ministro.
Nos últimos meses, Salles já teve atribuições esvaziadas desde que o vice-presidente Hamilton Mourão, passou a comandar o Conselho da Amazônia. Pressionado por executivos de empresas nacionais e estrangeiras e por grandes instituições financeiras mundiais, o governo vai decretar nesta semana uma “moratória absoluta” das queimadas na região da Amazônia por 120 dias. Essa medida afetará também o Pantanal.
Empresários brasileiros, principalmente ligados ao agronegócio, já relatam risco de boicote de nossos produtos no exterior por conta da política ambiental do atual governo. Outra preocupação é a proibição de investimentos de grandes fundos internacionais no Brasil, além do veto aos acordos comerciais em negociação, principalmente o entre Mercosul e União Europeia.