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Após derrota na reforma da Previdência, o ministro da Economia cancelou reuniões com senadores do PSD, PP E MDB

O governo ainda negocia uma solução sobre a divisão entre Estados e municípios dos recursos da cessão onerosa. (Foto: Agência Senado)

Após o governo ser derrotado na votação de um item da reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou três reuniões que teria com senadores nesta quarta-feira (2). As audiências seriam realizadas com as bancadas do PSD, PP e MDB no Senado.

Conforme o Estadão/Broadcast, senadores – entre eles desses três partidos – votaram a favor do texto principal mas traíram o governo na votação sobre o abono salarial.  A votação que retirou as mudanças da reforma no pagamento do abono salarial desidratou o impacto fiscal da proposta em mais R$ 76,4 bilhões.

“Deve ter sido consequência de ontem, do abono salarial”, afirmou o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA). A conversa, declarou, seria feita para tratar de temas econômicos. “Certamente, eles (a equipe econômica) vão se reunir no Palácio do Planalto em consequência de ontem.”

Pacto federativo

De acordo com o Estadão/Broadcast, a equipe econômica vai refazer as contas do projeto do novo pacto federativo. De acordo com fontes do governo, a ordem de Paulo Guedes é compensar “cada bilhão” perdido na Previdência por meio do projeto que refaz a divisão dos recursos arrecadados entre União, Estados e municípios, chamado de pacto federativo.

“Em toda enchente morre um sapo, fazer o quê? Vamos ver qual sapo vai morrer”, declarou Otto Alencar, sobre a possibilidade de o pacto federativo ser desidratado no ritmo das mudanças na reforma da Previdência.

Reforma 

O Senado concluiu nesta quarta o primeiro turno da votação da reforma da Previdência. Os senadores rejeitaram os três destaques (sugestões de mudança) que estavam em análise.

O texto-base já havia sido aprovado na noite da terça-feira (1º). Por se tratar de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), o texto ainda precisa passar por mais uma votação em plenário, o segundo turno. Para a reforma ser aprovada, deve contar com a aprovação de pelo menos 49 dos 81 senadores.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou a primeira sessão de discussão do segundo turno para esta quinta-feira (3). Devem ser feitas três sessões de discussões antes da votação.

Os destaques – que tratavam de idade mínima para mulheres, pensão por morte e aposentadoria especial – eram uma preocupação para o governo, uma vez que poderiam prejudicar a economia prevista para a União com a reforma. Atualmente, a previsão é de R$ 800 bilhões em dez anos.

Segundo uma estimativa da equipe econômica repassada pelo líder do PSL, senador Major Olímpio (PSL-SP), os destaques rejeitados nesta quarta-feira poderiam reduzir a economia em R$ 201,3 bilhões em dez anos.

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