Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de novembro de 2024
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, nomeou a ex-procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, para ser procuradora-geral do país, em substituição ao ex-indicado Matt Gaetz, que desistiu do cargo. A nomeação de Bondi ainda precisa ser aprovada pelo Senado dos EUA.
Primeira opção de Trump para a Procuradoria-Geral, Gaetz ele havia sido acusado de participar de um esquema de tráfico sexual. O político, também da Flórida, é conhecido por ser um negacionista do resultado das eleições de 2020, além de ser da ala extremista do Partido Republicano.
Bondi trabalhou na Comissão de Abuso de Opioides e Drogas de Trump durante sua primeira administração.
Seu currículo contrasta com o de Gaetz, cuja trajetória é considerada aquém do esperado para quem pretende assumir a Procuradoria-Geral. Bondi provavelmente enfrentará menos oposição dos senadores envolvidos no processo de confirmação.
Trump, que foi eleito em 5 de novembro apesar de ser alvo de diversas investigações criminais por parte de promotores estaduais e dos EUA, incluindo uma condenação por crime no estado de Nova York, disse que Bondi acabaria com a politização dos processos federais.
“Por muito tempo, o partidário Departamento de Justiça foi usado como arma contra mim e contra outros republicanos – não mais”, disse Trump. “Pam irá redirecionar o DOJ para o propósito pretendido de combater o crime e tornar a América segura novamente.”
Tráfico sexual
Atualmente, Gaetz é alvo de uma investigação dentro do Comitê de Ética da Câmara por supostamente ter pagado para fazer sexo com uma jovem de 17 anos. Ele nega a acusação.
Em uma nota divulgada em sua conta na rede social X, Gaetz justificou a retirada de seu nome dizendo que “está claro de que minha confirmação estava injustamente se tornando uma distração para o trabalho essencial da transição Trump/Vance”.
“Não há tempo a perder com uma polêmica desnecessariamente prolongada em Washington”, diz a nota do deputado.
O anúncio ocorre um dia após o Comitê de Ética da Câmara ter chegado a um impasse na divulgação de um relatório sobre alegações de má conduta sexual e uso de drogas ilegais por Gaetz, e depois de ele se reunir com senadores republicanos cujo apoio seria necessário para se tornar procurador-geral.
Além das investigações na Câmara, Gaetz foi investigado pelo Departamento de Justiça por possível participação em um esquema de tráfico sexual. Ele acabou não sendo indiciado.
Cargo-chave
O círculo íntimo de Trump acredita que o cargo de procurador-geral seja o mais importante da nova administração, depois da própria presidência.
A Procuradoria-Geral será essencial para que Trump consiga pôr em prática os planos de realizar deportações em massa, perdoar os envolvidos no ataque de 6 de janeiro de 2021 e buscar vingança contra aqueles que o processaram nos últimos quatro anos.
Durante o primeiro mandato, Trump ficou furioso com o que chamou de Departamento de Justiça “obstrucionista”, incluindo os procuradores-gerais Jeff Sessions e Bill Barr.
Sessions foi responsável por autorizar uma investigação sobre supostos contatos entre a campanha presidencial de Trump em 2016 e a Rússia. Já Barr rejeitou as alegações de fraude nas eleições de 2020.