Ícone do site Jornal O Sul

Após a desistência do apresentador Luciano Huck de concorrer à Presidência da República, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quer testar outros nomes para a disputa pelo PSDB

O líder tucano (E) chegou a receber o comunicador (na foto, acompanhado de sua mulher, Angelica) para um jantar. (Foto: Reprodução)

Após a desistência do comunicador e empresário Luciano Huck em concorrer ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) ainda procura uma alternativa fora de seu partido, o PSDB, para a a disputa de 2018.

Segundo fontes ligadas ao líder tucano, após Huck informar que não deixaria a Rede Globo para disputar o pleito, aliados de FHC discutiram a realização de uma pesquisa qualitativa de opinião sobre opções para a corrida presidencial.

Um deles afirmou ter recebido um pedido de FHC para a análise de novos cenários. O ex-presidente, por meio de sua assessoria, negou ter feito qualquer demanda nesse sentido. Ele considera o governador paulista Geraldo Alckmin o mais capacitado entre os nomes sugeridos pelo PSDB para exercer a Presidência.

“Eu estou em Trancoso [BA] passando o carnaval e não fiz contato com político algum”, declarou Fernando Henrique, antes de retornar a São Paulo no fim da tarde dessa sexta-feira. “Reafirmo que, a despeito de minha amizade e consideração por Huck, nunca deixei de dizer que seguirei a posição do PSDB. Qualquer outra afirmação é mera especulação.”

O tucano ressaltou, no texto, que continuará a conversar com os líderes políticos de diversos partidos, o que é próprio de quem tem sentimento democrático.

Críticas

Desde que passou a incentivar abertamente a candidatura do apresentador da Rede Globo, por meio de declarações públicas, Fernando Henrique Cardoso passou a ser alvo de críticas por parte de integrantes de seu partido, a maioria sob anonimato.

No ano passado, o ex-presidente havia qualificado Huck como “o novo na política”, ao lado do prefeito paulistano, João Doria, do PSDB.

Na semana anterior ao carnaval, ele afirmou que uma candidatura de Huck seria “boa para arejar o quadro eleitoral brasileiro” e recebeu o comunicador para um jantar em seu apartamento, ocasião em que fez ressalvas sobre os riscos da corrida eleitoral mas incentivou o global a concorrer.

Huck, que estava pressionado pela sua empregadora, a Globo, a tomar uma decisão, acabou descartando a candidatura na quinta-feira. Com isso, manteve a determinação que havia expressado em um artigo publicado em novembro no jornal “Folha de S.Paulo”.

A Globo estava preocupada com a contaminação de sua imagem, que já vinha ocorrendo em declarações de políticos que falavam numa candidatura apoiada pela emissora. Também pesou o fato de que a mulher de Huck, a também apresentadora global Angélica, teria de deixar o emprego, e o natural escrutínio a que os negócios da família seria submetido durante a campanha.

Interlocutores de FHC dizem que ele está convencido que Alckmin, o provável presidenciável tucano, poderá não se viabilizar mais à frente na disputa. Isso porque ele ainda patina abaixo dos 10% das intenções de voto. Daí a busca por nomes de maior apelo.

Algumas alternativas deverão ser testadas. Um dos citados por conhecidos do ex-presidente é o empresário Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo. Isso não significa apoio do ex-presidente, mas prospecção de cenários para o pleito. Ao reafirmar o apoio em público a Alckmin, FHC negou contato com o empresário. “Se conheço, não me recordo de haver estado alguma vez com o dono da Riachuelo”, afirmou.

Já Rocha chegou a ser citado como um eventual vice de Jair Bolsonaro (PSC), mas rejeita a ideia. Uma eventual candidatura do empresário tem apoio e incentivo do grupo de direita MBL (Movimento Brasil Livre), que já foi próximo da ala do PSDB de Doria, de quem está afastado. Rocha diz não ser candidato.

Sair da versão mobile