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Política Após ex-ajudante de ordens de Bolsonaro dizer que ex-comandante tratou sobre golpe, Marinha afirma que é fiel no cumprimento da lei

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Gravação institucional foi feita para celebrar o Dia do Marinheiro, e foi lida como uma indireta para o pacote fiscal de Fernando Haddad. (Foto: Reprodução)

A Marinha divulgou nota nesta quinta-feira (21) na qual disse que é fiel no cumprimento da lei e que a opinião de um oficial não reflete o posicionamento da Força.

A nota foi divulgada após a notícia de que o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos foi citado na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo os jornalistas Bela Megale, do jornal O Globo, e Aguirre Talento, do UOL, em delação, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou que Garnier teria manifestado apoio a uma suposta iniciativa golpista discutida em uma reunião do ex-presidente com comandantes das Forças Armadas.

Na nota, a Marinha afirmou que não teve conhecimento do conteúdo da delação.

“Consciente de sua missão constitucional e de seu compromisso com a sociedade brasileira, a MB, Instituição nacional, permanente e regular, reafirma que pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”, disse a Força na nota.

“A MB reitera, ainda, que eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”, concluiu a Marinha.

Exército

O Exército também divulgou nota, já que o trecho da delação de Cid falava dos comandantes das Forças.

A corporação também disse que não teve conhecimento da delação. “Em consequência, a Força não se manifesta sobre processos apuratórios em curso”. O Exército ressaltou que respeita a lei.

“Por fim, cabe destacar que a Força pauta sua atuação pelo respeito à legalidade, lisura e transparência na apuração de todos os fatos que envolvam seus militares”, diz o Exército no texto.

Delação premiada

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou que o então presidente Jair Bolsonaro discutiu com comandantes das Forças Armadas a possibilidade de um golpe de Estado.

Segundo a apuração, além de Bolsonaro, a reunião contou com a presença da cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar. A pauta foi uma minuta que abriria a possibilidade de intervenção. Caso fosse colocado em prática, o plano de golpe impediria a troca de governo no Brasil.

O fato foi revelado por Cid em depoimento de delação premiada fechada com a Polícia Federal. De acordo com a reportagem, o militar afirmou aos investigadores que participou da reunião.

Segundo o jornal, Mauro Cid relatou ainda que o “então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria dito a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente”. Já o Comando do Exército afirmou que não embarcaria no plano golpista.

A Polícia Federal investiga se o documento apresentado no encontro com os comandantes é a mesma minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

O almirante Almir Garnier dos Santos foi exonerado do Comando da Marinha no dia 30 de dezembro de 2022. Numa quebra de protocolo, ele não compareceu à cerimônia de posse do sucessor, o atual comandante Marcos Sampaio Olsen, no dia 5 de janeiro deste ano.

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