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Política Após expulsar deputado que “fez o L”, partido de Bolsonaro pune parlamentares que se aproximam de Lula

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O deputado federal Yury do Paredão foi expulso do PL após fazer reiterados apoios ao presidente Lula, seja em fotos ao lado dele, seja fazendo o “L”.

Foto: Reprodução
O deputado federal Yury do Paredão foi expulso do PL após fazer reiterados apoios ao presidente Lula, seja em fotos ao lado dele, seja fazendo o “L”. (Foto: Reprodução)

Além do processo de expulsão contra Yury do Paredão (PL-CE), o Partido Liberal (PL) deu início a outras punições por infidelidade.

Em ofício assinado pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, o PL suspendeu por três meses a participação de outros oito deputados em comissões na Câmara dos Deputados.

A medida ocorre após os parlamentares terem votado a favor da reestruturação ministerial do governo Lula (PT).

O documento, obtido pelo jornal GLOBO, explica que a punição ocorre após os parlamentares terem votado “em desacordo com o determinado pela resolução administrativa”.

A orientação do partido era de que o quadro votasse contra a Medida Provisória. Nesta votação, Yury e sete dos parlamentares votaram a favor, enquanto Vinicius Gurgel (AP) se absteve.

Os dez parlamentares que faltaram a sessão foram poupados. Neste contexto, Detinha (MA), Bacelar (BA), Josimar Maranhãozinho (MA), Junior Lourenço (MA), Junior Mano (CE), Matheus Noronha (CE), Pastor Gil (MA), Vinicius Gurgel e Yury do Paredão foram suspensos das comissões que fazem parte e não poderão ser indicados como suplentes ou titulares nos próximos três meses.

A medida impacta a rotina dos parlamentares que integram, em média, quatro comissões. Nesta lista, há nomes que participam de CPI’s, como Bacelar, que é titular no colegiado que investiga a empresa Americanas e Yury, nas Apostas Esportivas.

Além da reestruturação ministerial, esses noves deputados têm votado com frequência junto com o governo. Na Reforma Tributária, por exemplo, todos estavam na lista dos vinte parlamentares do PL que foram chamados de “comunistas do PL”.

A infidelidade que mais chama atenção é a de Bacelar, que tem acompanhado o governo em quase todas as votações importantes. A única ocasião em que destoou foi na derrubada do Marco do Saneamento, quando não compareceu à votação.

Tido como o líder da ala governista do PL, Josimar Maranhãozinho já posou para fotos com diversos integrantes do primeiro escalão de Lula, como Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Jader Filho (Cidades).

A deputada Detinha, esposa de Maranhãozinho e que também integra a lista de infiéis, compareceu à maioria desses encontros. A maior aproximação do casal, no entanto, é com o ministro da Justiça Flávio Dino. Nas eleições de 2018, quando Dino foi reeleito governador, os parlamentares do PL deram apoio ao então candidato. No ano passado, o alinhamento com a esquerda prosseguiu no Maranhão com o senador Weverton Rocha (PDT), derrotado por Carlos Brandão (PSB).

“Faz o L”

O deputado federal Yury do Paredão (CE) foi expulso do PL após fazer reiterados apoios ao presidente Lula, seja em fotos ao lado dele, seja fazendo o “L”. A decisão foi tomada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, que se reuniu com o parlamentar na quinta-feira (20).

Na segunda-feira (17), Valdemar anunciou a abertura do processo no diretório estadual. O presidente da legenda no Ceará, Acilon Gonçalves, devolveu o pedido e informou que a decisão caberia ao presidente nacional.

Mesmo depois da pressão, Yury continuou sinalizando apoio ao governo: fez propaganda do projeto Desenrola, elaborado para limpar o nome de brasileiros endividados; elogiou a volta do Minha Casa, Minha Vida e se posicionou sobre a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara. “Estou otimista em relação ao futuro e às transformações positivas que essas iniciativas podem trazer para o País”, escreveu nas redes sociais.

Yury e Valdemar comunicaram a decisão. “Recebi na sede do PL Nacional o deputado Yury do Paredão, do Ceará, a quem reafirmei que será expulso do partido por não comungar dos ideais de nossa legenda”, escreveu Valdemar.

“Respeito a decisão do presidente. E agradeço a oportunidade dada na eleição de 2022. Sigo como deputado federal, defendendo a democracia, fazendo política com diálogo, respeito, sem radicalismo, com tolerância, e defendendo as ações dos governos que tragam melhorias para o povo brasileiro”, afirmou o parlamentar cearense poucos minutos depois.

 

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