Por Redação O Sul | 5 de abril de 2019
Por volta das 16h dessa sexta-feira, um caça da FAB (Força Aérea Brasileira) caiu na região conhecida como Passo do Vigário, na zona rural de Viamão (Região Metropolitana de Porto Alegre). De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o avião perdeu altitude e incendiou ao colidir contra o solo. Os dois tripulantes, no entanto, conseguiram acionar os seus assentos ejetores.
O incidente ocorreu em um sítio próximo ao posto de pedágio da rodovia estadual RS-040, próximo à parada 71. Ao menos duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram deslocadas para combater as chamas nos destroços, que se espalharam por um terreno de vegetação rasteira. Em nota oficial divulgada no fim da tarde, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informou que a aeronave de ataque, modelo “AMX A-1 M” de cabine dupla, apresentou falha técnica durante um exercício militar.
Piloto e copiloto – capitão Daniel Vitor Alves e tenente Alessandro Fiorenza Munaretto – passam bem, após serem encaminhados sem ferimentos ao Hospital da Aeronáutica de Canoas. Antes de ejetar, eles direcionaram o caça para uma região desabitada, por medida de precaução, a fim de evitar perdas humanas e materiais. Uma investigação já está em andamento para determinar as causas da pane.
Instalado em aviões militares com esse perfil, o assento ejetor funciona com uma carga explosiva ou motor movido a foguete. Quando acionado (em situações como falha técnica ou ataque inimigo), lança para fora do cockpit (cabine) o tripulante com o seu assento, que por sua vez conta com um pára-quedas para que a descida do militar ao solo ocorra em segurança.
Exercícios de combate
Em entrevista à imprensa, o coronel Élison Montagner, comandante da Ala 4 da Base Aérea de Canoas, detalhou que o caça acidentado pertence ao Esquadrão Centauro, da cidade gaúcha de Santa Maria (RS), de onde havia decolado no domingo para participar de mais uma edição do exercício de combate aéreo “BVR” (“Beyond Visual Range”, que em inglês significa “Além do Alcance Visual”).
A movimentação prossegue até o dia 16 e tem como finalidade aprimorar pilotos, controladores e equipes em solo para missões de combate, centradas em simulações de ataque e defesa de mísseis. Essa tecnologia proporciona aumento do fator-surpresa e maior segurança ao piloto, ao permitir que ele opere o jato de uma distância maior em relação ao alvo, dificultando assim o contra-ataque.
Dentre as aeronaves participantes estão os caças F-5M e A-1M, o avião-radar E-99, a aeronave de reconhecimento R-35, o avião KC-130 (encarregado de fazer o reabastecimento em pleno voo para outras aeronaves) e o helicóptero H-36 Caracal para missões de busca e salvamento.
A operação tem abrangência nacional: além de aviadores e outros militares baseados em Santa Maria, participam esquadrões de voo oriundos de Manaus (AM), Anápolis (GO), Campo Grande (MS) e Rio de Janeiro (RJ).
Salgado Filho
Também por meio de nota, a empresa Fraport Brasil, concessionária do Aeroporto Internacional Salgado Filho, confirmou que o acidente motivou a suspensão temporária das operações de pouso e decolagem em Porto Alegre durante quase 20 minutos (entre 16h06min e 16h24min).
Ainda segundo a companhia, a medida afetou nove voos. A movimentação foi retomada de forma progressiva às 16h30min, com um maior espaçamento entre partidas e chegadas, dando prioridade às aeronaves que se aproximavam para aterrissagem em Porto Alegre.
(Marcello Campos)
