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Após fraude filiar Lula ao partido de Bolsonaro, Tribunal Superior Eleitoral passa a exigir dupla confirmação em sistema de filiação partidária

Eleitos de cor preta e indígenas registraram maiores crescimentos. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu mudar o sistema de filiação partidária para reforçar a segurança e reduzir o risco de fraudes.

A partir de fevereiro, o cadastro na Justiça Eleitoral terá que ser feito em duas etapas. Para inserir dados de um novo filiado, o sistema vai exigir que a pessoa confirme as informações em um outro aplicativo, o e-Título, já usado por eleitores.

O TSE antecipou a mudança após identificar uma suposta fraude em que o presidente Lula foi desfiliado do Partido dos Trabalhadores e filiado ao Partido Liberal, partido de oposição ao governo.

No sistema da Justiça Eleitoral, Lula aparecia como “formalmente desligado” do PT desde 15 de julho de 2023, data em que a falsa filiação ao PL foi comunicada ao TSE.

O caso foi revelado pelo jornal O Globo na última quinta (11). O TSE confirmou que a senha utilizada para acessar o sistema e inserir a filiação falsa de Lula é de uma advogada do PL.

À imprensa, o PL encaminhou nota da empresa Idatha, contratada pela legenda para fazer o gerenciamento de dados junto ao sistema Filia. A companhia disse estar totalmente à disposição para esclarecer o ocorrido e acrescentou que o acesso ao sistema de filiação é feito por meio de senha nacional fornecida pelo TSE e de posse da delegada nacional do partido.

“É crucial ressaltar que todo o fluxo de qualquer eventual filiação é registrado no sistema, o qual mantém informações e documentos auditáveis, estando todos os lançamentos disponíveis para averiguação das autoridades competentes”, complementa a nota.

A alteração na ficha do petista já foi desfeita e, com isso, o presidente voltou a constar como filiado ao PT, legenda que ajudou a fundar e ao qual está filiado desde os anos 1980.

A apuração interna do TSE identificou claros indícios de falsidade ideológica no caso e descartou ataques ao sistema eletrônico ou falhas na programação.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que a PF (Polícia Federal) investigue o caso.

Na decisão, o magistrado disse ser “fato notório” que Lula é filiado ao PT, partido do qual é fundador e presidente honorário. Ao ordenar a apuração, o ministro disse haver a “existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos em sistema eleitoral”. Em nota, o TSE disse que “há claros indícios de falsidade ideológica”.

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