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Mundo Após negociação histórica, UBS compra o Credit Suisse por mais de 3 bilhões de dólares

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Acordo vinha sendo costurado nos últimos dias depois do derretimento das ações do banco suíço e fuga de capitais. (Foto: Freepik)

O UBS Group AG anunciou nesse domingo (19) a compra do Credit Suisse, seu maior concorrente no mercado, por 3 bilhões de francos suíços, valor que corresponde a US$ 3,23 bilhões. O acordo criará um gestor de patrimônio global com US$ 5 trilhões em ativos investidos em todo o grupo.

O preço é menos da metade dos 7,4 bilhões de francos suíços que o Credit Suisse valia no fechamento do pregão da última sexta (17). O negócio inclui extensas garantias do governo e provisões de liquidez. O preço por ação marcou uma queda de 99% em relação ao pico do Credit Suisse em 2007, segundo cálculos da Bloomberg.

A negociação histórica, mediada pelo governo, tinha como objetivo conter os danos envolvendo a crise de confiança com potencial de se espalhar por todo o mercado financeiro mundial. A proposta inicial do UBS era de até US$ 1 bilhão, mas o valor foi criticado por integrantes da concorrente.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e o Departamento do Tesouro americano saudaram o acordo, assim como o Banco Central Europeu. As autoridades buscaram um acordo antes que os mercados voltassem a abrir na Ásia.

Em comunicado, o próprio Credit Suisse afirmou que a fusão “ocorre depois que o Departamento Federal Suíço de Finanças, o Banco Nacional Suíço e a FINMA (Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro) pedirem a ambas as empresas que concluíssem a transação para restaurar a confiança necessária na estabilidade da economia suíça e do sistema bancário”

O Credit explicou que o UBS será a entidade sobrevivente após o fechamento da operação de fusão, prevista para ocorrer até o fim de 2023. “O Credit Suisse continuará conduzindo seus negócios no curso normal e implementando suas medidas de reestruturação em colaboração com o UBS”, disse o banco em nota.

O Credit Suisse afirmou que o Conselho Federal Suíço está emitindo um decreto de emergência sob medida para a transação. “A fusão será implementada sem a aprovação necessária dos acionistas do UBS e do Credit Suisse para aumentar a certeza do negócio”, informou o banco.

O Banco Nacional da Suíça está oferecendo ainda uma linha de liquidez de 100 bilhões de francos suíços ao UBS, enquanto o governo está concedendo uma garantia de 9 bilhões de francos suiços para assumir perdas potenciais de ativos que o UBS está assumindo.

“Era indispensável que agíssemos rapidamente e encontrássemos uma solução o mais rápido possível”, disse o presidente do Banco Nacional da Suíça, Thomas Jordan , em coletiva de imprensa.

Os clientes do Credit sacaram mais de US$ 100 bilhões em ativos nos últimos três meses do ano passado, à medida que aumentavam as preocupações sobre a saúde financeira do banco, e as saídas continuaram mesmo depois de atrair os acionistas em um aumento de capital de 4 bilhões de francos.

“Essa era a única solução possível”, disse a ministra das Finanças da Suíça, Karin Keller-Sutter, acrescentando que era necessária para estabilizar os mercados financeiros suíço e internacional.

O Credit Suisse, disse ela, não era mais capaz de sobreviver sozinho.

Ao longo da semana, o banco central suíço tentou conter a retirada de investimentos no Credit Suisse com apoio de liquidez, que suspendeu temporariamente a fuga de capitais. No entanto, o drama do mercado continuou trazendo o risco de que clientes continuem retirando recursos, além do possível espalhamento para os demais setores.

O plano, negociado em conversas sobre a crise feitas às pressas durante o fim de semana, procurou lidar com uma queda considerável nas ações e nos títulos do banco suíço na última semana, depois do colapso de pequenos credores nos Estados Unidos.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, disseram que receberam bem o acordo do Credit Suisse e enfatizaram que o capital e a liquidez dos bancos americanos são fortes.

“Congratulamos os anúncios das autoridades suíças para apoiar a estabilidade financeira”, disseram as autoridades em um comunicado conjunto. “As posições de capital e liquidez do sistema bancário dos EUA são fortes e o sistema financeiro dos EUA é resiliente. Mantivemos contato próximo com nossas contrapartes internacionais para apoiar sua implementação.”

O Banco Central Europeu saudou a “ação rápida” tomada pelas autoridades suíças. As decisões tomadas “são fundamentais para restaurar as condições de mercado e garantir a estabilidade financeira”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em comunicado.

“O setor bancário da área do euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez”, disse ela, acrescentando que o BCE “está totalmente equipado para fornecer suporte de liquidez ao sistema financeiro da área do euro, se necessário, e para preservar a transmissão suave de política.”

No Reino Unido, o Banco da Inglaterra endossou o “conjunto abrangente de ações estabelecidas pelas autoridades suíças para apoiar a estabilidade financeira” e reiterou que “o sistema bancário do Reino Unido está bem capitalizado e financiado”.

A garantia de perdas por parte do governo foi necessária porque havia pouco tempo para fazer a devida diligência, afirmou o presidente do UBS Group AG, Colm Kelleher. Segundo ele, o Credit Suisse tem ativos difíceis de avaliar. Assim, explicou o executivo, se isso resultar em perdas, o UBS assumirá os primeiros 5 bilhões de francos suíços e o governo federal os próximos 9 bilhões de francos suíços.

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