O PSDB, que durante a última década perdeu o posto de principal partido de oposição ao PT, tem a terceira menor taxa de governismo da Câmara dos Deputados de 2023. Levantamento do site Diário do Poder aponta que os tucanos votaram com o Palácio do Planalto em 61% das votações no Plenário, no primeiro semestre deste ano. Apenas dois partidos foram oposição maior: o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ainda assim votou com o governo em 26% dos projetos; e o Novo, com apenas 23%.
Menos governistas
O quarto lugar no ranking dos menos governistas é dividido entre União Brasil e Cidadania. Ambos votaram com o governo 62% das vezes.
Conta de subtrair
O Cidadania não comanda ministério algum, mas divide o posto com o União Brasil, que tem a chave do cofre de três ministérios, em Brasília.
Raio-X do centrão
PP e Republicanos, sob intenso assédio do governo, votaram com o Planalto, respectivamente, 65% e 71% das vezes.
Surpresas
Surpreende o nanico Psol, satélite do PT, ser menos governista (79%) do que o Podemos (80%) e o PSC (82%).
CPI do MST quer ouvir chefe de ONG e da Conab
A CPI que investiga o MST deve analisar nos próximos dias requerimento para convocar o diretor da ONG Terra Livre, Carlos Pansera. Segundo o pedido de autoria do relator do colegiado, deputado Ricardo Salles, a ONG já recebeu mais de R$8 milhões em recursos federais, “sendo que grande parte dos repasses ocorreu sem licitação”. Ele também pede a convocação do presidente da Cia. Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, e seu irmão Adelar Pretto, coordenador do MST gaúcho.
Suspeita
O relator da CPI quer investigar possível favorecimento da ONG Terra Livre com recursos oriundos da Conab, diz o requerimento.
Outro repasse
“O repasse de R$ 200 mil pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário para a Terra Livre merece um aprofundamento de detalhes”, diz Salles.
No pedido
Deve ser investigada a “relação estreita entre a cooperativa Terra Livre e lideranças do MST”, incluindo o irmão do presidente da Conab.
Temporada aberta
Após o aviso de Lula que até o PT terá que abrir espaço na Esplanada para partidos de centro sem os quais o governo não aprova matérias no Congresso, foi aberta a temporada de apostas no partido do presidente.
Silêncio alto
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avisou, em julho, que “sobre ministérios fala o presidente da República”, ao explicar a articulação sobre a PEC dos Ministérios de Lula.
Candidatos no PT
Alexandre Padilha (Articulação) e Paulo Pimenta (Secom) são alvos de críticas, mas a aproximação com o presidente e o partido pode salvá-los da guilhotina na reforma. Camilo Santana (Educação) corre por fora.
Me inclua fora
Partidos de oposição assinaram “princípios comuns” para a eleição deste ano na Venezuela. Um dos pontos prevê “alternância de poder”. Nicolás Maduro, há 10 anos no poder, não assinou o documento.
Mexida eleitoral
Após tentar riscar do mapa as escolas cívico-militares, o governo federal estuda projeto para proibir filiação partidária de militares. Se aprovado, servidores ligados às forças de segurança estarão fora das eleições.
Boquinha 2
Além do salário de R$46,5 mil, superior a ministros do STF, o atual presidente do Banco do Nordeste, ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara tem direito a outra boa boquinha: honorário de R$4,5 mil por reunião do conselho de administração da empresa pública.
Denúncia online
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) disponibilizou canal para denunciar doutrinação nas escolas. A plataforma é online, recebe relatos e arquivos e diz garantir o sigilo do autor da denúncia.
Sabe de nada
Elon Musk ironizou o New York Times, que publicou matéria onde o jornal relativiza canto de um partido político sul-africano que clama por “morte ao branco”. Manda bem como uma “publicação regional”, disse.
Pensando bem…
…em terra de cego, quem tem um olho é taxado.
PODER SEM PUDOR
Doutor sem diploma
No final dos anos 50, Magalhães Pinto (UDN) e Tancredo Neves (PSD) tentavam viabilizar suas candidaturas ao governo de Minas Gerais. Certa vez, Magalhães ironizou o adversário: “Tancredo? Francamente, não sei se daria um bom governador. Dizem até que é bom advogado. Mas nunca soube de uma causa que ele ganhou…”. Informado sobre a provocação, Tancredo devolveu: “Engraçado, dizem também ser o Magalhães um grande advogado. Mas nunca encontrei um colega de turma dele…” Magalhães ganhou, então, a alcunha de “Doutor sem diploma”.
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos