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Economia Após o recorde da safra passada, o Brasil deve ter uma colheita de grãos ligeiramente menor na temporada 2023/2024

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Só no agronegócio, agência de fomento investiu mais de R$ 235 milhões em 2023. (Foto: Divulgação)

Após o recorde da safra passada, o Brasil deve ter uma colheita de grãos ligeiramente menor na temporada 2023/24, que está em fase inicial de plantio, segundo a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa é de uma produção de 319.5 milhões de toneladas, queda de 1% em relação à colheita anterior, de 322.752 milhões de toneladas. Para a área, a previsão é de um aumento de 0,50%, para 78.9 milhões de hectares.

Após a divulgação dos números, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a companhia “tem o papel de ser conservadora” em sua primeira estimativa para a produção da próxima safra. “A Conab tem o papel de ser conservadora na largada”, disse o ministro. Minutos antes, ele afirmara que a busca pela safra recorde “é um estigma que tem que ser quebrado”.

A queda na produção reflete a redução estimada para a colheita de milho, que será compensada em parte pelo aumento na safra de soja. A área de plantio de arroz também deve aumentar após 13 anos em retração.

Soja

A Conab estima que o Brasil deva produzir 162.4 milhões de toneladas de soja na safra 2023/24. Se confirmada, será um novo recorde e um aumento de 5,10% em comparação com a colheita 2022/23, estimada em 154.6 milhões de toneladas.

Os técnicos da Conab projetam um aumento de 2,80% de área plantada de soja, de 44.07 milhões para 45.29 milhões de hectares. O maior crescimento deve ocorrer na região do Matopiba (confluência entre Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins), onde os sojicultores devem plantar 6,50% a mais no ciclo 2023/24. “A maior parte do aumento da área para a safra 2023/24 se origina de áreas de pastos degradados ou área de pouso”, informou a Conab, em relatório.

A produtividade deve ser 2,20% maior, chegando a 3.58 toneladas por hectare, com perspectiva de recuperação no Rio Grande do Sul, que na temporada passada, registrou o terceiro ano de seca severa.

No relatório, a Conab indica que a expectativa é de que a demanda internacional por soja vai se manter firme e que o uso para a produção de biocombustíveis continuará crescendo. Esses fatores tendem a estimular o produtor a plantar uma área maior.

A Conab estimou que as exportações de soja devem totalizar 101.45 milhões de toneladas, um aumento de 4,65% em relação as 96.9 milhões de toneladas estimadas para este ano. O processamento no País deve aumentar 3,89%, para 54.86 milhões de toneladas. A projeção está associada à perspectiva de aumento na mistura de biodiesel no diesel e na exportação de óleo de soja.

Milho

Já a produção de milho no Brasil deve cair 9,10% em comparação com safra 2022/23, considerando a soma das três safras. A Conab estimou uma produção total de 119.8 milhões de toneladas no ciclo 2023/24. Segundo a estatal, a área de plantio deverá ser 4,80% menor no novo ciclo, caindo para 21.2 milhões de hectares. A produtividade também deve cair 9,10% para 5.651 quilos/hectare.

No relatório, a Conab destacou que os preços atuais do cereal e os projetados não “têm uma rentabilidade atraente para a cultura, o que deverá refletir em redução de área de milho no Brasil na safra 2023/24, com destaque para a primeira safra (- 5,40%) e para a segunda safra do grão (- 4,80%)”.

Com menor disponibilidade, o Brasil também deve exportar menos. Segundo a estatal, as vendas externas devem cair quase 27%, para 38 milhões de toneladas em 2023/24. Por outro lado, a demanda interna pelo cereal deve aumentar 6,40%, podendo atingir 84.6 milhões de toneladas, com o aumento na demanda por carnes.

Arroz

No caso do arroz, a perspectiva é de aumento de 10,20% na produção, para 11.3 milhões de toneladas, após o País ter colhido a menor safra do cereal em 20 anos em 2022/23. Pela primeira vez em 13 anos, a área vai aumentar, segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto. A perspectiva é de que a área seja de 1.6 milhão de hectares, 12,80% mais que em 2022/23.

“O desestímulo nas últimas safras veio da baixa produtividade do arroz com o La Niña, que contribuiu para um regime menos intenso de chuvas no Rio Grande do Sul e que incentivou a expansão de soja em tradicionais áreas irrigadas de arroz no Estado”, informou a Conab no relatório.

No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a expectativa é de uma expansão de 12,10% da área, para 966.900 hectares.

Segundo a Conab, a área de feijão também deve aumentar 1,90% para 2.7 milhões de hectares em 2023/24. Apesar disso, a produção deve ficar em 3 milhões de toneladas, uma queda de 2,40%, em razão da ocorrência do El Niño.

O ministro Fávaro também reconheceu o desafio de fazer com que os recursos do Plano Safra cheguem “na hora certa” aos produtores. Segundo ele, em alguns bancos já faltam recursos em determinadas linhas. Ele relatou que conversou com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, que por sua vez “já pediu mais recursos” para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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