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Política Após o TSE declarar Bolsonaro inelegível, três ministros que votaram contra ele dividiram voo da FAB com o ministro Fernando Haddad

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O presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, estava no voo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo especialistas, a inclusão de vítimas como assistentes de acusação é decisão considerada incomum. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No dia 30 de junho deste ano, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por 5 votos a 2, três dos ministros que votaram contra ele dividiram um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O trecho feito foi Brasília-São Paulo, onde o ministro da Fazenda morava e agora costuma passar os fins de semana. Essa informação foi obtida pela reportagem do jornal O Tempo em Brasília por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Questionada, a Fazenda afirmou ao O Tempo que o voo foi compartilhado pelas autoridades a pedido da FAB “no sentido do melhor uso dos recursos públicos e seguindo as diretrizes de compartilhamento previstas no decreto 10.267 de 2020”.

Os ministros do TSE que estavam no voo com Fernando Haddad são o presidente da Corte Eleitoral, Alexandre de Moraes, e os ministros Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto e André Ramos Tavares. Os três votaram contra Jair Bolsonaro.

Floriano Marques e André Tavares foram nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 24 de maio, após indicação de Alexandre de Moraes. Ambos têm proximidade com o presidente da Corte e são professores de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Além dos magistrados e de Haddad, outros membros do ministério também estavam no voo que saiu de Brasília para São Paulo naquele dia. Acompanharam o ministro da Fazenda o secretário executivo da pasta, Dario Durigan, e o chefe da assessoria especial de comunicação social, Chico Prado.

Além disso, pegaram carona na aeronave o chefe de gabinete do ministério da Fazenda, Laio Morais, o secretário executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, a assessora da Secretaria de Política Econômica (SPE), Ligia Toneto, e o coordenador de avaliação de impacto da SPE, Matias Cardomingo.

Bolsonaro inelegível

O Tribunal Superior Eleitoral formou um placar de 5 votos a 2 para enquadrar o ex-chefe do Executivo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, devido a uma reunião com embaixadores realizada em julho do ano passado no Palácio da Alvorada, onde fez uma série de ataques e compartilhou informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

O encontro com autoridades internacionais foi transmitido pela emissora TV Brasil, da estatal Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), e compartilhado nas redes sociais de Bolsonaro. Com a decisão, ele ficará fora das próximas três eleições (2024, 2026 e 2028).

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