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Após porta de avião ser ejetada em pleno ar, agência dos Estados Unidos determina a suspensão de voos com Boeing 737 Max 9 para inspeção obrigatória

Inspeção obrigatória foi determinada pela agência de aviação dos EUA (FAA) após uma das portas de um Boeing 737 Max 9 ter se soltado em pleno ar. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

A agência de aviação dos Estados Unidos determinou a suspensão temporária de voos com 171 aeronaves Boeing 737-900 MAX operadas por companhias aéreas americanas ou por empresas estrangeiras dentro do território americano até que uma inspeção seja realizada.

A medida ocorre após um Boeing 737-900 MAX da Alaska Airlines ter feito um pouso de emergência depois que uma porta ser ejetada, causando uma descompressão em pleno voo. O incidente aconteceu minutos depois da decolagem, na tarde de sexta-feira (5), em Portland (EUA). Não houve feridos.

O problema ocorreu em uma porta desativada na parte traseira do Boeing 737 Max 9.

Essa porta extra existe em todo 737-9 Max para atender aos requisitos de evacuação de passageiros em companhias aéreas que adotam a configuração máxima de assentos neste modelo de aeronave —220, segundo a Boeing. Os Boeing 737-900 Max da Alaska Airlines usam a configuração mínima, de 178 passageiros, informa a empresa em seu site.

A determinação da FAA não atinge todos os 737 Max 9 em operação, mas sim as aeronaves com a porta traseira desativada. A norma estabelece ainda que as aeronaves devem estar em operação por companhias americanas ou que façam voos de ou para os Estados Unidos. São 171 aeronaves que se enquadram nesse perfil, de acordo com a FAA.

A norma informa que o trabalho levará de quatro a oito horas por aeronave.

A agência americana menciona o risco à segurança de uma porta se abrir em voo: “A FAA está emitindo essa diretriz de aeronavegabilidade para abordar a potencial perda, em voo, da porta central da cabine, o que poderia resultar em ferimentos aos passageiros e tripulação, impacto da porta na aeronave e/ou perda de controle da aeronave”.

Não há Boeing 737 Max 9 em operação por companhias aéreas brasileiras. Mas há voos para o Brasil afetados pela medida: a Copa Airlines, por exemplo, usa esse modelo em voos com saída de São Paulo rumo ao Panamá.

O voo 1282 havia decolado rumo a Ontário, na Califórnia, às 17h06 (22h06 em Brasília). O pouso ocorreu às 17h26 (22h26 em Brasília), de acordo com informações do site de monitoramento de voos FlightRadar24.

Fotos e vídeos postados por passageiros nas redes sociais mostram uma porta traseira do avião – que não estava em uso – aberta em pleno voo. Havia um assento ao lado da porta; ninguém estava sentado nele.

“Acordei do cochilo pensando que era turbulência. Acontece que a parede do avião voou enquanto [o avião] estava no ar”, postou Vi Nguyen no Tiktok.
Havia 171 passageiros e seis tripulantes a bordo, segundo a Alaska Airlines.

O avião se despressurizou rapidamente, e as máscaras de oxigênio caíram para auxiliar os passageiros a respirar. Ao perceber a despressurização, a tripulação executou uma descida de emergência e a aeronave retornou em segurança para o aeroporto de Portland, onde aterrissou.

Segundo os dados do FlightRadar24, o Boeing 737-900 Max estava ainda subindo, a 4.975 metros de altitude quando teve que retornar – bem abaixo da altitude de cruzeiro, de cerca de 11 mil metros.

A porta que abriu não era utilizada como saída de emergência pela Alaska Airlines, de acordo com o site FlightRadar24. Por não estar em uso, não estava sinalizada como porta, o que explica alguns passageiros terem relatado que parte da fuselagem ou da parede do avião se abriu no ar.

A Alaska Air informou que o voo 1282 teve um “incidente logo depois decolar” e que investiga o que aconteceu.

“A aeronave pousou em segurança de volta a Portland (…) A segurança dos nossos passageiros e funcionários é sempre nossa prioridade, por isso, embora este tipo de ocorrência seja raro, a nossa tripulação de voo foi treinada e preparada para gerenciar a situação com segurança. Estamos investigando o que aconteceu”, diz trecho de nota.

A Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) informou que a tripulação relatou um problema de pressurização e que investigará o incidente junto com o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB).

Fabricante do Boeing 737-900 Max, a Boeing disse que apoiará a investigação das autoridades americanas e que está “trabalhando para coletar mais informações”.

A companhia área anunciou que vai retirar temporariamente todos os seus 65 aviões do mesmo modelo de operação para realizar inspeções.

 

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