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Após pressão e críticas, o ministro da Saúde convidou secretários estaduais de Saúde para reunião

Teich tomou posse em 17 de abril e, desde então, não havia marcado nenhuma reunião com os secretários. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Chamado de tutelado, distante e vacilante pelos secretários estaduais de Saúde por não marcar nenhuma reunião com eles desde que assumiu, como revelado pelo Painel, da Folha de S.Paulo, o ministro Nelson Teich (Saúde) marcou de encontrar pessoalmente com dois presidentes de conselhos de secretários.

Alberto Beltrame, secretário de Saúde do Pará e presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), e Wilames Freire, presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), farão reunião com Teich nesta quarta-feira (29), em Brasília.

“O convite do ministro é bem vindo, representa uma mudança de postura e gera a expectativa de ajuda concreta aos estados”, diz Beltrame.

Na quinta-feira (30), o ministro falará com os demais secretários de Saúde por meio de videoconferência.

Os secretários aprovaram a entrevista coletiva dada por Teich na segunda-feira (27). Eles disseram que, pela primeira vez, a nova gestão falou em priorizar vidas, em SUS (Sistema Único de Saúde), em Estados e municípios, em vez de falar de planilhas de custos administrativos e planos de retorno à normalidade.

Teich tomou posse em 17 de abril e, desde então, não marcou nenhuma reunião com os secretários, em um período em que os números do coronavírus atingem nível crítico em diversas regiões do Brasil.

Na gestão anterior, havia reuniões diárias com conselhos de secretários de Saúde, frequentemente com a presença do então ministro, Luiz Henrique Mandetta.

“Agravamento da situação”

Em entrevista coletiva em Brasília, o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que o aumento de casos constitui uma tendência. Anteriormente, ele havia ponderado que seria preciso ver se os números expressam a atualização de casos anteriores ou se representavam um aumento de fato.

“A curva vem crescendo e há agravamento da situação. Isso continua restrito aos lugares que estão vivendo maiores dificuldades, como Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Entendendo que Brasil tem que ser tratado de forma diferente, mas nesses lugares com um quadro de piora vamos continuar acompanhando para ver como vai ser a evolução”, declarou Teich.

De acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 71.886 pessoas infectadas, 5.017 óbitos e 32.544 pacientes recuperados que deixaram de apresentar os sintomas da doença. A letalidade subiu para 7%, o maior índice desde o início da pandemia no País.

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