Ícone do site Jornal O Sul

Os juros do cartão de crédito voltaram a subir e chegaram a 274% em agosto; o cheque especial ficou estável

Taxa para o cheque especial aumentou 3,5% e ficou em 128,6%, apontam dados do Banco Central. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras no cartão de crédito rotativo registraram aumento em agosto, após quatro meses de queda. Já a taxa cobrada no cheque especial das pessoas físicas ficou estável. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo BC (Banco Central).

O juro médio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas subiu de 271,4% ao ano em julho para 274% ao ano em agosto. A taxa média do cheque especial permaneceu em 303,2% ao ano.

Essas taxas ainda seguem elevadas na comparação com outros países e também com outras linhas de crédito ofertadas pelos bancos. A recomendação de economistas é que os clientes bancários não usem essas modalidades ou que, se necessário, as utilizem por um período de tempo muito limitado.

O aumento da taxas cobradas no cartão de crédito rotativo acontece em um cenário de estabilidade da Selic, que atualmente está na mínima histórica de 6,5% ao ano. Essa estabilidade acontece desde março. Antes disso, a taxa havia recuado 12 vezes seguidas.

No ano passado, o governo anunciou medidas para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito. A federação que representa os bancos no País anunciou novas regras para o uso do cheque especial, que entraram em vigor em julho deste ano.

Juros bancários médios

Apesar da alta nos juros do cartão de crédito, os números do BC mostram que houve queda nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) em agosto e na parcial dos oito primeiros meses deste ano. A taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 38,1% ao ano em julho para 38% ao ano em agosto. No ano, ela recuou 2,3 pontos percentuais.

Os juros nas operações com pessoas físicas caíram de 52% ao ano, em julho, para 51,8% ao ano, em agosto. No acumulado do ano, a taxa caiu 3,2 pontos percentuais. A taxa cobrada das empresas recuou de 20,6% ao ano em julho para 20,4% ao ano em agosto. Na parcial do ano, caiu 1,2 ponto percentual.

Inadimplência 

O Banco Central também informou que houve estabilidade da inadimplência nas operações com recursos livres para pessoas físicas, que somou 5% em agosto, mesmo patamar do mês anterior. Já a taxa média geral de inadimplência (pessoas físicas e jurídicas) passou de 4,3% em julho para 4,2% em agosto.

Spread bancário

O chamado spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) recuou no mês passado e na parcial de 2018. No caso das operações com pessoas físicas e com empresas, o spread passou de 29,4 pontos em julho para 28,9 pontos em agosto. Para pessoas físicas, recuou de 42,7 pontos para 42,2 pontos. Apesar da queda, esse ainda é um patamar elevado para os padrões internacionais.

O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Sair da versão mobile