Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2023
A promotoria de Roma se recusou a comentar sobre o assunto.
Foto: Reprodução/Redes SociaisUm homem que foi flagrado em vídeo usando chaves para rabiscar o seu nome e da sua namorada em uma parede do Coliseu, escreveu uma carta de desculpas, afirmando que não tinha ideia de que o local de quase dois mil anos fosse tão antigo. “Admito, com profunda vergonha, que, somente depois do lamentável ocorrido, fiquei sabendo da antiguidade do monumento”, escreveu o homem – identificado por seu advogado como Ivan Danailov Dimitrov, de 31 anos – em uma carta datada de 4 de julho, dirigida à promotoria de Roma, ao prefeito da capital italiana e ao próprio município.
Nela, Dimitrov reconheceu a “gravidade do ato” que cometeu, e apresentou suas “sinceras desculpas aos italianos e ao mundo inteiro, pelos danos causados a um monumento, que é, de fato, patrimônio de toda a humanidade.” Ele se ofereceu para se redimir e corrigir seu erro “sincera e concretamente”.
Dimitrov pode ser preso, pegar de dois a cinco anos de prisão, e uma multa de até 15 mil euros (cerca de R$ 80 mil na cotação atual). Alexandro Maria Tirelli, seu advogado, disse ao New York Times que espera por um acordo judicial que permita que seu cliente pague uma multa, mas sem cumprir pena na prisão. O pedido de desculpas foi uma tentativa de esclarecer que “ele fez o que pensou ser uma manobra inofensiva”, segundo Tirelli.
Veículos da mídia italiana não aprovaram a carta, e um porta-voz do gabinete do prefeito de Roma disse que eles sequer receberam o pedido de desculpas. A promotoria de Roma se recusou a comentar sobre o assunto.
Relembre o caso
O incidente veio à tona no mês passado, após um turista filmar um homem rabiscando “Ivan + Hayley 23/6/23” em um tijolo na parede do Coliseu. O vídeo viralizou e “Ivan”, cuja identidade ainda não era conhecida, foi amplamente repreendido por sua atitude. Mesmo xingado pelo homem que gravava o vídeo, Dimitrov continuou.
O tijolo que foi danificado é parte de uma parede construída durante uma restauração, feita em meados do século XIX, no monumento que foi inaugurado no século I d.C. No entanto, isso fez pouca diferença para as autoridades do Coliseu, que disseram não mudar o fato de que o ato foi vandalismo.
Dimitrov acabou sendo identificado por policiais militares italianos, que cruzaram os nomes dos dois amantes com os de hóspedes registrados em Roma. Segundo o New York Times, descobriram que eles haviam se hospedado em uma pousada no bairro Cinecittà. Roberto Martina, o policial que comandou a operação, disse que eles rastrearam Dimitrov até a Inglaterra.
A Itália não se mostra alheia a visitantes indisciplinados que deixam sua marca. Há três anos, uma série de incidentes levou os homens da lei a endurecer as penas por vandalização do patrimônio cultural. E o país quer impor leis ainda mais duras a ativistas que danificaram propriedades culturais, em protesto contra o que chamam de inação do governo em relação às mudanças climáticas.