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Geral Após reação negativa ao projeto sobre aborto, o governo em peso dispara críticas ao texto

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Manifestações contra o projeto foram realizadas em diversas cidades brasileiras. (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Integrantes do primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva dispararam críticas em peso nessa sexta-feira (14) ao projeto que equipara aborto após a 22ª semana a homicídio. Pelo texto, por exemplo, o estuprador pode ter uma pena menor que a mulher que aborta.

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (12), em uma votação-relâmpago de 23 segundos, a urgência para o projeto. Aprovar a urgência significa acelerar a tramitação de um texto. Ele deixa de tramitar nas comissões, onde tem maior chance de ser modificado, e é analisado direto no plenário.

A decisão não pegou bem em setores da sociedade. Manifestações foram realizadas em cidades brasileiras na quinta (13) contra o projeto. Um dos motes dos cartazes nos protestos era: “Nem morta nem presa”.

Nas redes sociais, a repercussão também foi ruim. Pesquisa da Quaest apontou que a maioria dos internautas é contra o texto. O projeto, patrocinado pela extrema-direita e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi percebido como radical pela população.

A indignação causada pelo projeto deu conforto para o governo, dois dias depois de a urgência ser aprovada, deplorar o projeto. O Palácio do Planalto procura ter cautela com temas que podem melindrar os setores cristãos, em especial evangélicos, da sociedade.

Críticas ao projeto

Veja abaixo o que disseram integrantes do governo.

– Marina Silva, ministra do Meio Ambiente: “Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, mas eu acho que é uma atitude altamente desrespeitosa e desumana com as mulheres achar que o estuprador deve ter uma pena menor do que a mulher que foi estuprada e que não teve condição de ter acesso de forma dentro do tempo para fazer uso da lei que lhe assegura o direito ao aborto legal”, afirmou.

– Cida Gonçalves, ministra das Mulheres: “Criança não é para ser mãe, é para ter infância”, afirmou a ministra, em referência às crianças que são estupradas e engravidam.

– Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais: “Não contem com o governo para mudar a legislação de aborto do país, ainda mais para um projeto que estabelece que uma mulher estuprada vai ter uma pena duas vezes mais do que o estuprador. Não contem com o governo para essa barbaridade. Reforçar isso com os líderes. Vamos trabalhar para quem um projeto como esse não seja votado”, disse o ministro.

– Janja da Silva, primeira-dama: “Isso ataca a dignidade das mulheres e meninas, garantida pela Constituição Cidadã. É um absurdo e retrocede em nossos direitos. A cada 8 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. O Congresso poderia e deveria trabalhar para garantir as condições e a agilidade no acesso ao aborto legal e seguro pelo SUS”, afirmou Janja. As informações são do portal de notícias G1.

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