Após ter sua conta no Twitter reativada por Elon Musk, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não se interessa em voltar à rede social.
“Não vejo nenhuma razão para isso”, disse Trump durante uma entrevista por vídeo durante uma reunião da Coalizão Judaica Republicana, após ser questionado se planejava retornar ao Twitter.
O ex-presidente, que foi banido da rede em 2021, após a invasão de seus apoiadores ao Capitólio contestando os resultados eleitorais, disse que continuaria com sua nova plataforma Truth Social, o aplicativo desenvolvido por sua startup Trump Media & Technology Group, que ele disse ter melhor engajamento do usuário do que o Twitter e estava indo “fenomenalmente bem”.
Promotor
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos nomeou na sexta-feira (18) o promotor independente Jack Smith para supervisionar as investigações criminais sobre o ex-presidente americano Donald Trump, que há três dias declarou que pretende concorrer novamente ao cargo nas eleições de 2024. O anúncio ocorreu em uma entrevista coletiva em Washington, liderada pelo procurador-geral Merrick Garland.
Antes de ser designado para assumir essa função, Smith atuava na investigação de crimes da Guerra do Kosovo – que ocorreu no final dos anos 90 -, como procurador-chefe, no Tribunal de Haia, na Holanda.
Interesse público
Garland argumentou que a nomeação de um advogado especial para supervisionar as investigações que pesam contra Trump era de interesse público, uma vez que tanto Trump quanto Biden pretendem concorrer nas eleições presidenciais, daqui a dois anos.
“Com base em desenvolvimentos recentes, incluindo o anúncio do ex-presidente de que ele é candidato nas próximas eleições e a intenção declarada pelo presidente em exercício de ser candidato também, concluí que é do interesse público nomear um advogado especial”, afirmou Garland.
Documentos governamentais
Trump é investigado devido a documentos governamentais encontrados em sua casa na Flórida durante uma operação do FBI, em agosto deste ano, e também por seu suposto envolvimento nos eventos que levaram à invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Smith determinará se o ex-presidente – que diz ser vítima de perseguição política – deve enfrentar acusações relacionadas às investigações. Mas continuará se reportando ao procurador-geral, Garland, que terá a palavra final sobre as análises.
Mesmo se for acusado, Trump poderá concorrer à Presidência, já que a lei americana não prevê que um cidadão acusado ou condenado por algum crime seja excluído da disputa. Enquanto exercia o cargo, o ex-presidente foi investigado por obstrução à Justiça e conluio com a Rússia, mas nenhuma acusação foi formalmente apresentada contra ele.
Enquanto Trump se diz vítima de perseguição política, analistas veem o seu anúncio precoce de concorrer novamente à Presidência dos EUA como uma tentativa de evitar possíveis acusações criminais.