O Exército sírio retomou os combates em Aleppo para responder aos ataques rebeldes, anunciou nesta quarta-feira (14) o Exército russo, principal aliado das tropas de Bashar al-Assad. “Aproveitando a trégua, os rebeldes se reagruparam ao amanhecer e tentaram ultrapassar as posições das tropas sírias no noroeste de Aleppo”, afirma um comunicado do Exército russo.
“O ataque terrorista foi rejeitado. O Exército sírio prolongou as operações de libertação”, completa o comunicado, sem informar sobre eventuais operações militares em curso.
A operação de retirada de civis e rebeldes da cidade síria, que deveria começar na manhã desta quarta-feira, estava atrasada em várias horas. Uma autoridade dos rebeldes que ocupam a região culparam o Irã e milícias xiitas aliadas ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, pelo adiamento. Governo, Rúsisa e Turquia não deram explicações para o atraso.
Um acordo mediado por Rússia e Turquia na terça-feira (13) prevê a saída dos civis e rebeldes que se encontram no último bolsão de resistência na zona leste da segunda maior cidade da Síria. A retirada deveria começar às 5h (1h de Brasília), de acordo com o OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos).
Mais de três horas depois, no entanto, quase 20 ônibus permaneciam estacionados no bairro de Salahedin, dividido entre o regime e os rebeldes. Os motoristas dormiam nos ônibus e não era possível observar nenhum civil ou rebelde nos arredores.
Nesta quarta-feira, o governo da França pediu a presença de observadores da ONU para supervisionar o processo em Aleppo.
“A França solicita observadores das Nações Unidas para ter a garantia de que a saída dos civis é uma prioridade, mas também para que os combatentes não sejam massacrados”, firmou o ministro das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.
Na terça-feira, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU (Organização das Nações Unidas), Samantha Power, já havia solicitado a presença de “observadores internacionais imparciais” para supervisionar a retirada dos civis, que segundo ela “temem ser abatidos na rua ou enviados para alguns dos ‘gulags’ de Assad”. (Folhapress)