Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2018
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirmou, nesta quarta-feira, que o presidente Michel Temer desistiu de levar uma comitiva de 60 pessoas para a base naval na Restinga de Marambaia, no Rio, onde passará o carnaval com a família. A desistência ocorre depois de o caso ter sido divulgado pelo colunista Lauro Jardim, no site do Globo.
Em entrevista à “Rádio Gaúcha”, Eliseu Padilha disse que a comitiva seria formada por 58 pessoas, mas Temer pediu ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), responsável por organizar as viagens presidenciais, que reduzisse o número de integrantes. Para transportar 60 pessoas, a FAB (Força Aérea Brasileira) teria de realizar dois voos entre Brasília e Rio.
“Primeiro, não vão 60 pessoas. Irá um contingente menor. Quando surgiu o assunto na mídia ontem (terça-feira), o presidente chamou quem organizou a caravana e pediu: “nós vamos reduzir esse número de pessoas para o mínimo indispensável”. Mais da metade desse contingente é segurança, que trabalha com o presidente em Brasília e vai junto no avião. O segurança não trabalha 24h. Ele trabalha 8h, depois 8h, depois 8h. Então, precisa de três pessoas para o mesmo turno”, justificou Padilha.
Segundo o ministro, o número de integrantes da equipe presidencial cairá para cerca de 40 funcionários. Padilha argumentou que o número de integrantes da viagem é comum nos deslocamentos do presidente e sua família.
“Deve baixar em torno de 40, eu calculo. Importante é que não está sendo contratado ninguém. E não é o presidente Michel Temer. É a Presidência da República. E isso já existia com outros presidentes, mas não veio a público”, afirmou Padilha. “Lá (base naval) não tem ninguém, então leva cozinheiro, pessoa que cuida da arrumação da casa. Não está contratando ninguém. É o pessoal que serve o presidente aqui em Brasília e que vai com ele nessa viagem. Não sei porque veio a público isso agora, porque esta é a rotina de todos os presidentes. Esse staff acompanha todos os presidentes.”
Na terça-feira, o Gabinete de Segurança Institucional informou, por meio de nota, que o planejamento e a execução das viagens presidenciais “impõem o desdobramento de meios, estruturas e pessoal que assegurem o exercício das prerrogativas do presidente da República”.
O GSI não quis se manifestar sobre detalhes da viagem à Restinga de Marambaia, mas disse que “os protocolos e o efetivo a serem empregados serão mantidos e já foram utilizados, no todo ou em parte, em viagens presidenciais anteriores”.
Temer passou o réveillon de 2017 na base administrada pela Marinha. Na ocasião, a segurança do presidente envolveu a abordagem a barcos que navegavam pelo local. A iniciativa foi uma estratégia para garantir a privacidade de Temer e sua família e evitar que eles fossem fotografados durante o período de descanso.
O presidente cogitou repetir o destino nos festejos do Ano-Novo de 2018, mas desistiu no dia previsto para o embarque. Na ocasião, Temer se recuperava de um procedimento cirúrgico para tratar um problema na uretra. Ele chegou a realizar três cirurgias no último trimestre do ano: uma cardíaca e duas urológicas.