Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2015
Diante da decisão do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de renunciar ao posto para o qual foi recém-reeleito, o governo de Dilma Rousseff avalia que este seria o melhor caminho a ser adotado também na CBF, com uma renúncia do atual presidente da instituição, Marco Polo Del Nero, para promover uma profunda reformulação no comando do futebol brasileiro. O governo não irá tomar iniciativas diretas neste sentido, porque a CBF é uma entidade privada, o que se configuraria em intervenção.
Mas, de acordo com assessores, o Palácio do Planalto vai estimular que pessoas ligadas ao esporte defendam este caminho como uma solução para os problemas que devem surgir daqui para a frente com as investigações sobre corrupção na instituição que comanda o futebol no âmbito mundial.
Transformação
A avaliação de assessores presidenciais é que o escândalo deve atingir também figuras do comando do esporte no Brasil e, com isso, estaria criada a oportunidade para fazer uma transformação do futebol no País.
Desde a organização da Copa do Mundo no Brasil, a presidenta manifestou a interlocutores seu interesse em que houvesse uma mudança na organização do futebol brasileiro, com troca da geração dos homens que participam do comando do esporte no País.
Ela não escondia seu desconforto em estar ao lado do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, preso na Suíça por suspeita de envolvimento no escândalo da Fifa. Marin apoiou os governos militares, combatidos pela presidenta na juventude.
Na avaliação do governo, inclusive, a CBF deveria cuidar apenas dos assuntos da Seleção Brasileira de futebol. Já a organização de campeonatos no País deveria ser de responsabilidade dos clubes. O ministro do Esporte, George Hilton, divulgou uma nota sobre o anúncio da saída de Blatter.
“Diante da atual conjuntura, a atitude do presidente da Fifa parece ser a mais correta. O governo brasileiro mantém seu apoio às investigações e considera que o momento é de oportunidade para aperfeiçoar a gestão do futebol no Brasil e no mundo”, afirmou Hilton.
O maior escândalo da história do futebol mundial obrigou Blatter a anunciar que vai deixar o cargo, ocupado por ele há 17 anos. A decisão aconteceu quatro dias após o cartola ser reeleito para um novo mandato que duraria até 2019.
“Embora os membros da Fifa tenham me reelegido presidente, não pareço estar apoiado pelo mundo do futebol: jogadores, clubes. Vou continuar exercendo a minha função como presidente até um novo presidente ser escolhido”, anunciou em pronunciamento, em Zurique. (Folhapress)