O presidente eleito Jair Bolsonaro tomou café na manhã desta sexta-feira com o comandante da Marinha, almirante Leal Ferreira. O encontro, realizado no 1° Distrito Naval, no Centro do Rio, ocorre depois do oficial recusar a indicação para o Ministério da Defesa. Diante da recusa, o general da reserva do Exército Fernando Azevedo e Silva foi anunciado para o cargo .
Segundo Bolsonaro, a recusa do almirante se deu “por razões familiares”, mas ele seguirá como um interlocutor do novo governo.
“É um momento para ouvir pessoas mais antigas e jamais me furtarei a conselhos tão importantes quanto o do comandante da Marinha. Também vim agradecer. Ele foi convidado por nós para a Defesa. Declinou do convite por razões familiares, mas não se afastará do meu radar. Sempre o procurarei para que boas decisões sejam tomadas, em especial na área da nossa Marinha.”
Sobre os novos comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha, Bolsonaro garantiu que delegará a decisão aos generais Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e Fernando Azevedo e Silva, da Defesa.
“Esses comandantes estão sendo tratados com os generais Heleno e Fernando. Não é uma escolha minha. Quem realmente vai trabalhar com os comandantes será o senhor Fernando, futuro ministro da Defesa. A ele cabe a grande responsabilidade de indicar. E obviamente, como é praxe no nosso meio das Forças Armadas, eles vão ouvir os atuais comandantes.”
Bolsonaro falou ainda sobre a saída dos médicos cubanos do Mais Médicos. Disse que a situação dos profissionais é de “praticamente escravidão”.
Segundo encontro
Esta foi a segunda vez que Bolsonaro e o almirante Leal Ferreira se encontraram desde a eleição, no final de outubro. A primeira reunião entre o presidente eleito e o comandante da Marinha ocorreu no último dia 6, na primeira visita de Bolsonaro a Brasília depois da eleição.
Na ocasião, o presidente eleito teve reuniões com os comandantes das Forças Armadas e com o atual ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna. Desde que foi eleito, Bolsonaro tem dito que as Forças Armadas terão lugar de “destaque” em seu governo.
“As Forças Armadas são as guardiãs da nossa Constituição. As Forças Armadas ocuparão lugar de destaque e voltarão a fazer parte da mesa ministerial, mesmo na informalidade, se for o caso”, disse Bolsonaro na ocasião.
Na última terça (13), Bolsonaro anunciou, por meio de publicação no Twitter, a indicação do general da reserva do Exército Fernando Azevedo e Silva para assumir o Ministério da Defesa.
Depois, disse a jornalistas que propôs um almirante para o comando da Marinha, mas que o militar escolhido declinou por “questões familiares”. O nome do almirante não foi revelado na ocasião e, nesta sexta, Bolsonaro confirmou que o convite foi feito a Eduardo Bacelar Leal Ferreira.
Até o momento, o presidente eleito já anunciou três militares como futuros ministros em seu governo: além de Fernando Azevedo e Silva, também indicou o general Augusto Heleno para o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e o astronauta e tenente-coronel da reserva Marcos Pontes para a pasta de Ciência e Tecnologia.