O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa quarta-feira (17) que foi alertado pela primeira-dama Janja Lula da Silva a “tomar cuidado com cada palavra” que seria dita em evento com pessoas com deficiência. Por este motivo, segundo ele, foi preciso abandonar o improviso. Ao discursar em Brasília, Lula passou a ler um discurso para o público presente.
Antes de se concentrar nas palavras redigidas previamente, Lula indicou que não poderia cometer deslizes.
“Quando eu vim falar aqui, a Janja me alertou uma coisa: ‘amor, tome cuidado com cada palavra que você vai falar, porque essa gente tem a sensibilidade aguçada'”, narrou o presidente.
O presidente fez ainda uma ressalva ao afirmar que é “um analfabeto” e precisa “aprender muito” com os convidados do evento.
“Eu decidi ler para não falar nenhuma palavra que possa me criar problema. Também, se eu falar alguma palavra, vocês sabem que nesse assunto vocês são especialistas. Vocês sabem que eu sou um analfabeto, e preciso aprender muito com vocês para a gente aprender a cuidar de vocês com carinho e respeito necessário.”
Durante a sua fala, o presidente afirmou que é “repugnante” o preconceito contra pessoas com deficiência.
“É repugnante você ver uma pessoa não gostar da outra porque ele tem um problema, é inacreditável como o ser humano está ficando empobrecido.”
Em seu discurso, Lula reafirmou o compromisso do governo de criar condições de acesso a pessoas com deficiência a todos os direitos.
“A construção deve ser horizontal, e não apenas com os governantes dos seus palácios tomando decisão de forma vertical sobre realidade que não conhecem integralmente. Reafirmamos nosso compromisso de criar condições para que vocês tenham acesso a todos os direitos constitucionais que o Estado tem o dever de assegurar sem deixar ninguém para trás.”
Com o discurso pronto à mão, o presidente ainda criticou os espaços que não eram adaptados para receber pessoas com deficiência.
“A sociedade inteira precisa saber. Limitadas não são as pessoas com deficiência. Mas os ambientes físicos que elas precisam enfrentar. É o hotel que precisa se adaptar aos cadeirantes com deficiência física, visual, auditiva ou de qualquer outro tipo. Assim como a escola que precisa se adaptar às crianças com algum tipo de deficiência, e não ao contrário.”