Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2017
Transcorreu sem incidentes o retorno do goleiro Bruno Fernandes aos gramados, na tarde desse sábado. Atuando pelo Boa Esporte Clube de Varginha (MG), ele enfrentou o Uberaba pelo hexagonal final da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. O goleiro voltou a atuar como profissionalmente, sete anos após ser condenado e preso pelo sequestro e morte da modelo Eliza Samúdio, com quem teve um filho.
O ônibus do Boa chegou escoltado ao estádio local, mas não foram registradas manifestações contrárias. Em campo, Bruno entrou acompanhado de crianças e foi ovacionado pelos torcedores, que compareceram em número reduzido mas acima da média de 600 pessoas por partida.
Com a bola rolando, Bruno não teve trabalho no primeiro tempo. Nenhum chute exigiu muito do goleiro, que trabalhou pela primeira vez somente aos 40 minutos, ao defender uma bola fácil rebatida pelo ataque do Uberaba. O primeiro tempo terminou com vitória parcial do Boa Esporte, que fez 1 a 0 com gol de Jean Henrique. Bruno deixou o campo sem falar com a imprensa e desceu para o vestiário mandando beijos para a torcida.
Já no segundo tempo a situação não foi tão feliz para o goleiro. Aos 8 minutos, na primeira investida do Uberaba, Bruno derrubou o atacante adversário, o árbitro então marcou pênalti e ainda deu cartão amarelo para o goleiro.
“Ele quer aparecer e está fazendo a média dele”, gritou um radialista de Varginha que transmitia ao vivo das cabines. Outro foi mais contido e deu outra versão. “Eu achei pênalti”, falou. Em campo Bruno Henrique, xará do goleiro, bateu e marcou empatando o placar, que ficou em 1 a 1 até o fim do jogo.
SILÊNCIO
Aguardado com expectativa por muitos jornalistas para a entrevista após o jogo, Bruno Fernandes não apareceu. No seu lugar esteve Nedo Xavier, gerente de futebol do Boa, anunciando que os atletas que falariam à imprensa seriam Radamés e Felipe.
Xavier negou que o goleiro tenha faltado à entrevista devido ao pênalti. “Antes do jogo já havia sido estabelecido isso”, justificou. Para ele, a estreia de Bruno foi satisfatória. “No pênalti ele não teve culpa, pois não tinha outra opção”, falou.
Sobre a contratação, o dirigente negou a existência de alguma cláusula no contrato que proteja o clube caso a Justiça mande Bruno voltar para a prisão. “Não tem nada disso, não. A gente conta com o atleta”.