Centenas de pessoas participaram em Porto Alegre, na tarde deste domingo (18), de uma manifestação contra o racismo. Promovido no Parque da Redenção pelo Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto-RS), o protesto foi motivado pela prisão do motoboy negro Everton da Silva durante incidente no bairro Rio Branco.
O trabalhador, de 40 anos, foi imobilizado e detido no sábado pela Brigada Militar (BM) após ser ferido a faca por um morador da região, em meio a um desentendimento. Os policiais alegaram que a vítima os desacatou.
A abordagem – gravada por várias testemunhas – repercutiu negativamente em todo o País por meio das redes sociais. Dentre os motivos para as críticas estão o tratamento supostamente diferenciado ao agressor, um homem branco que só foi detido após pressão de populares que assistiam tudo de perto.
Para muitos, houve racismo. Outro aspecto que causou revolta foi o transporte do motoboy em um camburão da BM, enquanto o outro homem conversava tranquilamente com os brigadianos, antes de ser conduzido no banco de trás de uma viatura. Após o registro da ocorrência em uma Delegacia da Polícia Civil, ambos acabaram liberados.
Sindicância
Por determinação do governador Eduardo Leite, a Corregedoria da Brigada Militar abriu sindicância sobre as circunstâncias da abordagem policial.
“O governo do Rio Grande do Sul se compromete a dedicar ao caso uma apuração célere e rigorosa”, ressaltou o Palácio Piratini por meio de um comunicado neste domingo.
(Marcello Campos)