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Política Após torcer nariz para delação do coronel Mauro Cid, Ministério Público Federal pede acesso ao acordo celebrado com a Polícia Federal

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Áudios mostram o então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro conversando com general Mario Fernandes para "consumação", aponta a PF. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Após torcer o nariz para o acordo de delação do tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento administrativo para acompanhar as tratativas do caso. A colaboração do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi homologada nesse sábado (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No procedimento, o subprocurador Humberto Jacques de Medeiros, do MPF, pede acesso aos documentos relacionados à delação de Cid. E diz que cabe ao Ministério Público acompanhar a colaboração para analisar se os fatos apresentados pelo delator estão corroborados por outros elementos da investigação.

Importante lembrar que é o Ministério Público quem deve oferecer ou não denúncia sobre os fatos investigados – seja os apurados pelo próprio MPF ou pela PF.

A jornalista Natuza Nery apurou que integrantes do MPF chegaram a oferecer que acordo fosse com eles, não com Polícia Federal.

Acordo homologado

Ao aceitar o acordo de colaboração, Alexandre de Moraes também concedeu liberdade provisória a Cid, com cumprimento de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, limitação de sair de casa aos fins de semana e também à noite, e afastamento das funções no Exército.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro deixou a prisão por volta das 14h30 de sábado, após determinação do ministro do Supremo.

O ex-assessor de Bolsonaro estava preso desde maio após ser alvo de uma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Há também outras apurações abertas contra o militar e que tem potencial para desgastar Bolsonaro, como as relacionadas às suspeitas de uma trama por golpe de estado, o envolvimento em uma reunião com o hacker Walter Delgatti Netto, que declarou que participou de uma tentativa de inserção de dados falsos nas urnas eletrônicas e a suspeita de vendas de joias que foram recebidas como presente pelo governo brasileiro.

O pai de Mauro Cid é próximo de Bolsonaro e foi colega do ex-presidente nas turmas de cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sudoeste do Rio, nos anos 1970.

No final de agosto, general da reserva Mauro Lourena Cid foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A Policia Federal constatou que o pai de Mauro Cid ajudou a vender as joias nos Estados Unidos. O general também atuou para recomprar as peças quando o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que o ex-presidente as devolvesse.

Moraes também decidiu pela soltura do assessor e ex-segurança de Bolsonaro, o ex-policial militar Max Guilherme. Ele foi preso no mesmo dia em que Cid pelo inquérito da inserção de dados falsos na carteira de vacina de Bolsonaro, de Cid e de seus respectivos familiares.

A delação refere-se ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações conexas, como a investigação sobre a venda de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro.

No inquérito das milícias digitais, a PF apura a existência de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Mauro Cid estava preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal.

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