Segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de março de 2021
Após reunião na residência oficial do Palácio da Alvorada com governadores, ministros e chefes de Poderes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quarta-feira (24), que haverá uma parceria entre os governos estaduais, o Congresso e a União para combater a pandemia de covid-19.
“Será criada uma coordenação junto aos governadores junto ao congresso. Da nossa porte comitê que se reunirá todas as semanas”, afirmou o presidente em um breve pronunciamento após o encontro, ao lado de governadores e chefes de poderes.
O presidente disse também que, na reunião, discutiu o que ele chama de “tratamento precoce” contra a covid-19. “Tratamos também de possibilidade de tratamento precoce. Isso fica a cargo do ministro da Saúde, de que respeita o direito e o dever do médico em tratar os infectados”, argumentou Bolsonaro.
O presidente disse ainda que defende “a vida em primeiro lugar”. A reunião entre Bolsonaro, governadores, ministros e chefes de poderes ocorreu no dia em que o Brasil chegou à marca de 300 mil mortos por covid-19, desde que a pandemia começou, há pouco mais de um ano.
O País vive o momento mais grave da pandemia, com sucessivos recordes diários de número de mortes e número de novos casos. Os sistemas de saúde nos estados está sobrecarregado, com filas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e ameaça de falta de insumos para sedação de pacientes e de oxigênio.
Governadores
A ideia da criação do gabinete de crise, proposta por Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidentes da Câmara e Senado, que poderia ser uma via para reduzir o ruído entre Estados e o Planalto, já criou novos atritos com governadores que não foram convidados para participar da reunião.
O encontro que precedeu a criação do comitê contou com a presença apenas de políticos alinhados com a gestão de Bolsonaro. São eles: Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás), Renan Filho (Alagoas), Wilson Lima (Amazonas), Ratinho Júnior (Paraná), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e coronel Marcos Rocha (Rondônia). Excluído do grupo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a novidade e classificou a equipe como “não confiável”.
“O Brasil quer vacinação, o Brasil não quer comitê de adulação e disso não participo (…) Este comitê, primeiro, não nos representa, nós não fomos convidados, e aquilo que representa a saúde, a necessidade de proteção da vida dos brasileiros de São Paulo, deve ser tratado com o governador do Estado de São Paulo, e não com o representante do governador do Estado de São Paulo”, declarou Doria em coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou em entrevista que o encontro representa uma preocupação maior com fotos e manchetes do que em viabilizar caminhos para solucionar a crise. Nas redes, Leite publicou um vídeo para tratar do tema e reforçou a importância de uma coordenação nacional.
“A criação de um gabinete de crise chega com muito atraso, de pelo menos um ano. O pronunciamento do Presidente da República feito em cadeia nacional é totalmente incoerente em relação a tudo que ele falou ao longo da pandemia. Ele chamou para a reunião apenas governadores próximos ideologicamente, o que significa não se dispor a ter um diálogo com a nação para o enfrentamento da pandemia”, criticou.