Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2018
Os servidores da prefeitura de Porto Alegre decidiram, em assembleia realizada na noite de segunda-feira (18), na Casa do Gaúcho, suspender a greve da categoria a partir das 7h desta terça-feira (19).
Segundo o Simpa (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre), os servidores retomaram o estado de greve e uma nova assembleia pode ocorrer nesta quarta-feira (20), às 18h, caso a Câmara de Vereadores decida priorizar a votação dos projetos de lei da prefeitura que alteram o regime de trabalho e benefícios dos funcionários públicos. A categoria, que também reivindica reajuste salarial de 6,85%, realizará panfletagens na quinta-feira (21) e na sexta-feira (22) no Centro da Capital.
Protestos
A greve da categoria foi iniciada na manhã de segunda-feira. Durante a manhã, os servidores se reuniram no Paço Municipal, de onde saíram em caminhada, no início da tarde, para a Câmara de Vereadores a fim de acompanhar a sessão plenária. Os municipários lotaram as galerias da Casa para pressionar os vereadores a votarem contra os projetos do prefeito Nelson Marchezan Júnior para conter despesas do Executivo. Ao todo, nove tratam diretamente da carreira dos servidores.
Com a mudança na priorização da pauta da Câmara, a expectativa é de que sejam votados, primeiramente, projetos que tratam de questões fiscais e tributárias, tais como revisão de benefícios fiscais, criação de cadastro de inadimplentes, criação de Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas, recolhimento de dívidas consolidadas referentes à despesa de exercícios anteriores, criação e extinção de fundos públicos e atualização da planta genérica de valores do IPTU.
Segundo o Simpa, a paralisação de um dia dos municipários foi “uma resposta da categoria à falta de respeito e de diálogo de Marchezan com o funcionalismo, contra a aprovação dos projetos, contra a falta de reajuste – desde o ano passado, o prefeito não concede a reposição salarial aos servidores e já sinalizou que não dará neste ano apesar de obrigatório por lei – e contra os parcelamentos salariais, inclusive do 13º”.
Crise
Marchezan ressaltou que o déficit nas contas da prefeitura de Porto Alegre é histórico e vem se repetindo há anos. De acordo com ele, o problema, apesar de existente, não era discutido antes da sua gestão nem foi debatido na campanha eleitoral. O prefeito disse que os governos estadual e federal não têm responsabilidade em relação a essa situação. “A culpa é nossa”, declarou, referindo-se ao município. A estimativa é de um déficit de mais de R$ 700 milhões nos cofres municipais em 2018.
Conforme Marchezan, se todas as propostas da prefeitura forem aprovadas na Câmara, até 2020 todos os servidores municipais serão pagos em dia e, no próximo ano, os porto-alegrenses já notarão a melhora nos serviços públicos na Capital.