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Brasil Após uma infância pobre, o ex-presidente da CBF José Maria Marin virou milionário com política e futebol. Filho de imigrantes espanhóis, ele acumulou riquezas durante cinco décadas

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Em 1982-1983, cartola foi governador de São Paulo, substituindo Paulo Maluf. (Foto: Divulgação/CBF)

Antes de ser condenado pela Justiça dos Estados Unidos, o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin, 85 anos, fez fama e riqueza na política e no futebol. Filho de uma família de imigrantes espanhóis, teve uma infância pobre em São Paulo, mas durante cinco décadas acumulou riquezas e tornou-se um homem milionário até ser pego pelas autoridades americanas acusado de receber propina e suborno.

A ligação com o esporte vem de berço. O seu o pai, Joaquín Marin y Umañes, era um pugilista conhecido como “Jack, El Terrible”. Marin foi jogador de futebol e, entre 1949 e 1954, atuou nos aspirantes do São Paulo e em clubes sem grande expressão, como São Bento de Marília e o Jabaquara. No São Paulo, disputou apenas dois jogos oficiais mas chegou a marcar um gol.

Marin chamou a atenção do técnico Vicente Feola, campeão do mundo em 1958 (Suécia) com a Seleção Brasileira, mas não pelo futebol. Treinador de Marin no São Paulo, ele aconselhou aquele jovem atleta a se dedicar aos estudos. A sua avaliação era de que Marin nunca se transformaria em um grande era ponta-direita, mas, se cursasse uma faculdade, teria uma profissão para a vida inteira e poderia se dar bem. A sugestão foi aceita.

Marin conciliou os estudos com a vida de atleta e, em 1955, formou-se na conceituada Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Com a ajuda dos amigos de infância e juventude, ele resolveu se arriscar na política. Foi eleito vereador em 1963 pelo PRP (Partido de Representação Popular). Em um segundo mandato consecutivo, virou presidente da Câmara Municipal em 1969, com apoio do regime militar – nesta época já estava filiado à Arena (Aliança Renovadora Nacional).

“Fantoche”

Na década seguinte, Marin foi deputado estadual por dois mandatos e se tornou vice-governador de São Paulo em 1978. Entre maio de 1982 e março de 1983, assumiu o governo do Estado por dez meses, substituindo Paulo Maluf, que se afastou do cargo para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Marin era acusado pelos opositores de ser apenas um “fantoche” e “irmão siamês” de Maluf. A curta passagem dele pelo Palácio dos Bandeirantes foi marcada por várias polêmicas. Ele não teve as contas do seu governo aprovadas, envolveu-se em empréstimos suspeitos da Caixa Econômica Estadual e passou o cargo para Franco Montoro, eleito pelo voto popular, debaixo de uma vaia histórica na Assembleia Legislativa.

Depois de deixar o governo do Estado, Marin voltou ao esporte. Desta vez como cartola para assumir a presidência da Federação Paulista de Futebol. Marin ainda se arriscou novamente na política e, em 2002, quando foi candidato ao Senado, obteve 63.641 votos, o equivalente a 0,2% dos votos válidos.

Marin manteve influência na Federação Paulista por vários anos. O seu filho, Marcus Vinícius, por exemplo, foi diretor de Futebol Amador na gestão de Marco Polo Del Nero, em 2010. Na CBF, Marin ocupou a cargo de vice-presidente e, em 2012, viu cair no seu colo as presidências da entidade e também do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014 após a renúncia de Ricardo Teixeira, que permaneceu 23 anos no poder e acabou abatido por denúncias de envolvimento em irregularidades e problemas de saúde.

Prisão domiciliar

Vaidoso, Marin fez implante capilar e até a sua prisão, em 2015, mantinha o hábito de tentar disfarçar os fios brancos com tintura “acaju”. Durante o período em que cumpriu prisão domiciliar em Nova York, a partir de novembro de 2015, ficou em seu apartamento no arranha céu Trump Tower, a poucos metros do Central Park – o imóvel foi adquirido na década de 1980.

Com autorização da Justiça, ele podia sair até sete vezes por semana de casa. Às segundas, quartas e sextas-feiras, ia à academia de ginástica do prédio para fazer exercícios físicos. Às terças, quintas, sábados e domingos, podia fazer compras, caminhar e ir à missa, desde que permanecesse dentro de um raio de até duas milhas (o equivalente a 3,2 quilômetros) de seu apartamento.

Um dos seus programas preferidos era ir a uma livraria perto do Central Park. Apesar de não falar inglês, Marin mas tem compreensão geral do que lê. Ele também costuma ir a restaurantes nos arredores da famosa 5.ª Avenida.

Parte do patrimônio que Marin acumulou ao longo das últimas décadas acabou dilapidado. Para ajudar a pagar os custos de sua prisão domiciliar em Nova York e despesas com advogados, o ex-presidente da CBF vendeu por R$ 11,5 milhões uma mansão localizada no Jardim Europa, uma das regiões mais nobres de São Paulo. O imóvel fica em um terreno de 2.600 m² e tem 818 m² de área útil. Possui dois andares, 12 salas, dez banheiros e estacionamento para 30 carros.

A mansão foi comprada por Marin em 2014. O ex-presidente da CBF pagou por ela R$ 13,5 milhões. A casa estava registrada em nome da JMN Empreendimento e Participações, empresa criada por Marin para cuidar dos bens da família.

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