Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2022
O presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), iniciou os trabalhos para retomar a boa relação entre os Poderes Executivo e Judiciário. Lula encontrou-se com 10 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na presidência da Corte, comandada pela ministra Rosa Weber, na quarta-feira (9), em reunião de resgate institucional.
Acompanhado do vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e de comitiva, o petista entrou pelo Salão Branco do Supremo, mas a reunião ocorreu na Presidência do STF, no terceiro andar. A agenda contou com a presença de 10 ministros da Corte Suprema, à exceção de Luís Roberto Barroso, que está no Egito para a COP27 — conferência anual do clima da Organização das Nações Unidas (ONU).
O senador eleito Flávio Dino (PSB), que participou do encontro com ministros, ressaltou que se tratou de uma reunião institucional para “distensionar” os ânimos com a Corte. O parlamentar agradeceu a atenção dos ministros e ressaltou que todos participaram ativamente da reunião.
“É um sinal político de que a era de ataques acabou. Os ministros demonstraram preocupação com o restabelecimento da normalidade institucional, da harmonia entre os Poderes”, frisou Dino.
Durante o encontro, Lula convidou o STF a participar de discussões importantes, como as questões ambientais e das armas. “Lula deixou claro a visão dele de garantir o desarmamento da população”, disse Flávio Dino.
Lira e Pacheco
Mais cedo, Lula se encontrou com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) também participou.
A conversa com Pacheco, que se manteve neutro nas eleições, ocorreu no início da tarde. Durante a campanha presidencial, os dois haviam se encontrado em um almoço. Mais cedo, Lula se encontrou com Arthur Lira, na residência oficial do presidente da Câmara.
Presente no encontro, o líder do PT na casa legislativa, Reginaldo Lopes (MG), classificou a conversa como “superpositiva”.
O presidente eleito manteve o discurso assumido durante a campanha pelo Palácio do Planalto de que pretende pacificar o país.
“Ambos demonstraram espírito colaborativo. Presidente Lula disse que quer enfrentar a fome, reconstruir o Brasil, voltar o país a normalidade. Lira se colocou à disposição para ajudar a governabilidade do governo Lula”, relatou Lopes.
Sobre a PEC da Transição, o presidente da Câmara demonstrou apoio à proposta. “Ele falou que acha legítima a PEC da Transição, porque todos os candidatos defenderam Auxílio Brasil de R$ 600 na campanha. Falou que tem preferência pela PEC”, informou o líder do PT na casa legislativa.
Ainda segundo Lopes, Lula deixou claro que a sucessão na Mesa da Câmara é questão interna dos deputados.
“Não se aprofundou sobre sucessão na Mesa. Lula disse que questão da mesa é interna da casa.”
As reuniões fazem parte de uma série de encontros com chefes de poderes, como parte da fase inicial do governo de transição.
Antes do encontro com Lira, Lula postou uma mensagem em uma rede social:
“Estamos empenhados na construção de um futuro melhor para todos os brasileiros e brasileiras, com muita democracia. Hoje estou em Brasília. Bom dia”.
Lula deve permanecer em Brasília por dois dias, segundo o ex-ministro Aloizio Mercadante. Já para a próxima semana está prevista a ida de Lula ao Egito para participar da Conferência do Clima organizada pelas Nações Unidas (ONU), a COP 27.