Sábado, 01 de março de 2025
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2020
A escalada da contaminação pelo coronavírus no mundo tem dificultado o retorno do casal de goianos Renata Santos e Kleiber Rodrigues de Portugal ao Brasil. A tentativa de voltar a Goiás chega a um mês. As passagens adquiridas foram canceladas pela companhia aérea, e o casal ficou sem previsão para remarcar os bilhetes.
Segundo Kleiber Rodrigues, a reserva de dinheiro é escassa, pois falta trabalho no país, e há uma tentativa de retorno em andamento, sendo negociada pela embaixada do Brasil em Porto, cidade onde moram há cinco meses. “Estamos aguardando uma resposta do consulado do Brasil aqui em Porto. A gente está com pouca reserva de dinheiro”, relata o brasileiro.
Para agravar a situação, a Renata Santos, esposa do Kleiber, está com hemorragia após a retirada de um dispositivo intrauterino (DIU). “Minha cunhada não está tendo como tratar porque tem que ficar recolhido em casa”, explica Ana Cristina Silva, irmã do Kleiber. “O estado de saúde dela não é bom”, confirma Diego Misael dos Santos, irmão da Renata.
O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de nota, que as Embaixadas e Consulados ao redor do mundo estão em negociações constantes “para conseguir superar obstáculos como o fechamento do espaço aéreo, a proibição do trânsito interno e restrições severas de movimentação dentro das cidades”.
A nota ainda comunica que o ministério está “contratando voos fretados que permitam o retorno dos brasileiros retidos em países com absoluta interrupção dos voos comerciais”. Até as 11h de domingo (12), o casal aguardava uma resposta sobre a possibilidade de conseguir embarcar em um voo na próxima semana, segundo Diego Santos. Kleiber e Renata se mudaram para Portugal com a expectativa de encontrar melhores oportunidades de trabalho e renda. Eles deixaram dois filhos pequenos em Goiânia.
Brasileiros fora
Ainda existem 6.000 brasileiros no exterior que pediram ajuda às embaixadas e aguardam posição do governo federal para retornar ao país. O número é do Itamaraty, responsável por providenciar a volta dessas pessoas em meio ao fechamento de aeroportos e limitações de voos pelo mundo por causa da pandemia do coronavírus.
O jornal “O Estado de S, Paulo” conversou com cinco brasileiros que enfrentam essa situação, e todos relatam se sentir abandonados. “O clima é de pavor”, disse a jornalista Bia Campilongo, que tenta deixar a Itália, um dos polos da doença. O guia turístico Adriano Leal está em um hostel na Tailândia e divide um quarto pequeno com oito desconhecidos. “Vivo de doações. Aqui é impossível me proteger contra o novo coronavírus”, afirmou o brasileiro. As dificuldades enfrentadas aumentam a cada dia à medida que o sistema de saúde das cidades entra em colapso. A superlotação de hospitais, o aumento no número de mortos e a dificuldade da população local sair para fazer compras expõe ainda mais os estrangeiros.